Oferta de imóveis comerciais deve crescer menos do que 2012 em SP
Fonte: DCI, 18 jun. 2013
O volume de lançamento de imóveis comerciais AA (empreendimentos com alta classificação de infraestrutura) será menor este ano na comparação com ano passado. Segundo dados de pesquisa realizada pela administradora Herzog, a perspectiva é que este ano sejam entregues, na cidade de São Paulo, 489,5 mil metros (m²) quadrados desse modelo de empreendimento, 27,64% menos do que o lançado em 2012.
Para 2014, as novidades murcham ainda mais. O estudo aponta que ano que vem serão lançados 303,9 mil m², o que representa queda de 37,9% na comparação com as projeções feitas pela empresa para 2013.
“Há uma falta de terrenos latente na cidade de São Paulo. A mudança de gestão municipal, e a revisão do Plano Diretor da cidade poderá melhorar um pouco o estoque, mas nada que aumente muito a oferta de espaços”, disse André Guimarães Filho, professor de engenharia da Universidade São Paulo (USP).
Entre as regiões da cidade que ainda receberão novos empreendimentos, a Herzog destaca que a Berrini irá receber 28% dos lançamentos projetados até 2014, seguida pela região do Morumbi, que irá receber 24,2% dos empreendimentos. “Já a região da Marginal Pinheiros aparece em última no ranking, sem projeção de receber novas unidades”, dizia o estudo exclusivo.
“A região da Paulista, que receberá cerca de 3,93% dos novos escritórios é um caso claro da falta de terrenos na cidade. A região é um dos polos financeiros do Estado de São Paulo, mas o crescimento sem controle minou muitas oportunidades de negócios na região”, completa o acadêmico.
Antigos
Do total de escritórios em São Paulo, que somam 11,3 milhões de m², segundo a Herzog, 35% estão classificados como Classe C, ou seja, edifícios antigos, com padrões de baixa qualidade, sem ar condicionado central e sem vagas de estacionamento. “A maior concentração de edifícios enquadrados neste padrão estão na região central, onde 85% dos empreendimentos foram construídos há mais de 30 anos”, completava a análise da construtora.
Segundo dados da consultoria ITC, durante o primeiro trimestre do ano, foram investidos US$ 4,02 bilhões em obras comerciais, somando mais de 5,7 milhões de m² construídos. “Ao todo foram 442 obras durante os três primeiros meses do ano”, afirmou Viviane Guirao, diretora da consultoria.
Para Antonio Setin, presidente da Construtora Setin, empreendimentos com alto padrão de tecnologia fazem parte dos investimentos do grupo.
“A rentabilidade de empreendimentos comerciais é alta. Um bom negócio para as construtoras são os lançamentos que mesclam torres comerciais, residenciais e até uma unidade hoteleira”, disse.
A Setin, que está com diversos projetos de lançamentos neste porte, inclusive um na capital, segue procurando novas opções. “Há lugares em São Paulo que ainda contam com oportunidades de negócio. É preciso procurar com calma, mas há”.
Já para Guilherme Rossi, presidente da GR Properties um dos caminhos a seguir para driblar a falta de terrenos é recorrer para as regiões próximas à capital. “Procuramos oportunidades em cidades da Grande São Paulo”, diz.
A empresa, especializada em condomínios logísticos, captou este ano R$ 107,3 milhões por meio do GR Louveira Fundo de Investimento Imobiliário. O aporte será voltado para construção do condomínio logístico que ficará entre Campinas e Jundiaí.
Taxa de vacância
A taxa de vacância (relação entre o volume de imóveis disponíveis e o volume total existente) de edifícios comerciais de alto padrão na cidade de São Paulo registrou aumento de 50% no segundo semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Herzog Imóveis Industriais e Comerciais – especializada na administração e comercialização.
Segundo o estudo, o aumento da vacância se deve ao considerável volume de novos empreendimentos entregues em 2012.
Segundo Simone Santos, diretora de serviços corporativos da Herzog, entre os principais fatores que impulsionaram esse dado está a grande oferta de empreendimentos, e um cenário mundial de pisada no freio.
Segundo o estudo, o valor médio de locação destes empreendimentos apresentou uma sensível redução, passando de uma média de R$ 120 por metro quadrado, no primeiro semestre, para R$ 118 por metro quadrado, no segundo semestre.
“Esse dado abre espaço para negociação entre proprietário e ocupante, favorecendo este último em firmações de novos contratos e durante revisionais, que podem ser requeridas a cada três anos”, diz Simone.
Debêntures da Tenda
Fonte: Valor Econômico, 18 jun. 2013
O conselho de administração da Tenda aprovou a segunda emissão de debêntures simples, com valor total de R$ 250 milhões, distribuídos em série única, com 2,5 mil papéis. Os recursos obtidos com a operação serão utilizados como parte do pagamento de R$ 367 milhões por 20% do capital social de Alphaville Urbanismo aos antigos donos da loteadora. O restante será pago aos antigos proprietários de Alphaville com recursos do caixa da Gafisa. Posteriormente, haverá a conclusão da operação de venda de 70% da Alphaville para as gestoras de private equity Blackstone e Pátria Investimentos, fechada no início do mês. Ao comentar a operação de venda de Alphaville, o presidente da Gafisa, Duilio Calciolari, informou que os recursos da venda entrariam no caixa da incorporadora em 90 dias e que o pagamento aos antigos donos da loteadora seriam feitos em 60 dias. Na ocasião, Calciolari disse que, se a Gafisa não tiver recebido os recursos da venda de Alphaville nesse prazo, utilizaria seu caixa para realizar o pagamento. As debêntures terão prazo de vigência de 24 meses, com a amortização integral no vencimento, em 19 de junho de 2015.
Caixa negocia R$ 14 bi no Feirão da Casa Própria, alta de 13,3%
Fonte: Estadão, 18 jun. 2013
Evento foi realizado em 13 cidades e recebeu 407 mil visitantes; banco manterá as condições de financiamento até 30 de junho em suas agências
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O Feirão da Casa Própria da Caixa Econômica Federal registrou R$ 14 bilhões em negócios neste ano. Segundo o banco estatal, o valor representa crescimento de 13,3% em relação ao de 2012.
O Feirão acabou no último fim de semana, mas a instituição informou que irá manter as condições de financiamento para empréstimos contratados até 30 de junho em suas agências, que terão carência de pagamento da primeira prestação até janeiro de 2014.
De acordo com o diretor executivo de Habitação da Caixa, Teotônio Rezende, o resultado do Feirão reflete a oportunidade que o evento proporciona de reunir em um mesmo lugar ofertas nas condições de financiamento, diversas opções de imóveis, construtoras, imobiliárias e parceiros.
Conforme a Caixa, o 9º Feirão visitou 13 cidades e recebeu 407 mil visitantes.
Cetip lança plataforma de crédito imobiliário
Fonte: Valor, 18 jun. 2013
Uma plataforma eletrônica para conectar bancos e avaliadores de imóveis dados em garantia de financiamentos. Esse é o primeiro resultado da aguardada incursão da Cetip na prestação de serviços para o mercado de crédito imobiliário. A modalidade, que cresceu mais de oito vezes desde 2007 e encerrou abril com saldo de R$ 327 bilhões, de acordo com dados do Banco Central, lidera o crescimento do crédito brasileiro.
O lançamento do sistema, criado em parceria com a empresa de tecnologia americana FNC, ocorre nesta terça-feira. O Itaú Unibanco é o primeiro cliente a operar a plataforma, que inicialmente contemplará operações de financiamento a pessoas físicas.
O objetivo é facilitar o contato entre bancos e avaliadores, reduzindo o prazo de concessão do crédito. “Como o cliente costuma ter proposta em mais de um banco quando vai comprar um imóvel, a briga por tempo é muito importante”, afirma Roberto Dagnoni, vice-presidente da unidade de financiamentos da Cetip. A empresa espera reduzir pela metade o prazo da etapa de avaliação do imóvel, que hoje leva, em média, dez dias.
Na linha de produção do crédito imobiliário, o avaliador atua depois que o banco analisou o perfil do tomador e aprovou o empréstimo. Dado esse sinal verde, a instituição parte para a avaliação do imóvel dado como garantia, feita geralmente por profissionais terceirizados, autônomos ou de empresas especializadas. É nessa segunda fase que a Cetip atuará.
A avaliação da garantia é um ponto crítico no financiamento imobiliário. Primeiro, porque determina se o imóvel está dentro do limite de R$ 500 mil para que os bancos emprestem com recursos captados na poupança. Segundo, como o empréstimo é de longo prazo e de tíquete alto, flutuações no valor da garantia podem mudar o risco da operação. Se o imóvel valorizar, por exemplo, o crédito fica mais seguro.
A escolha da Cetip por atuar na fase de avaliação não foi casual. “Trata-se de uma etapa rica em dados, quando aproximadamente 300 campos de informação sobre o imóvel são preenchidos”, diz Mauro Negrete, diretor-executivo de operações e tecnologia da companhia. Como o processo de avaliação exige geralmente a comparação entre o imóvel avaliado e outros similares, a Cetip espera rapidamente criar um banco de dados de avaliações. Algo que poderia ser usado para corrigir erros de avaliadores e criar índices de preços.
Atualmente, embora exista uma padronização mínima, o procedimento de avaliação de imóveis varia muito de banco para banco. A comunicação entre instituições e avaliadores é feita de diversas formas, de e-mails a relatórios em papel, o que dificulta a recuperação dos documentos. Cada avaliação custa, em média, R$ 400, apurou o Valor com um banco.
A entrada da Cetip na área imobiliária é esperada desde a aquisição da GRV, empresa responsável pelo registro de restrições financeiras (gravames) de veículos financiados, no fim de 2010. Em outubro do ano passado, veio a parceria com a FNC, fornecedora de tecnologia para o setor imobiliário nos Estados Unidos. Lá, a FNC processa mensalmente cerca de 450 mil avaliações de crédito, o equivalente ao total de imóveis financiados em um ano no Brasil.
O projeto de atuação na área de financiamento imobiliário ganhou ainda mais apelo a partir da Resolução nº 4088 do Conselho Monetário Nacional (CMN), editada em maio, ainda sem regulamentação. A norma determina que todos os bancos serão obrigados a registrar os contratos de financiamentos de imóveis em um sistema autorizado pelo BC. A expectativa é que o cruzamento dos dados dos contratos de financiamentos e das avaliações permitam aos bancos obter, a qualquer momento, a relação entre o valor do crédito e do imóvel dado em garantia, algo que a Cetip já possibilita no financiamento de veículos.
Os executivos da Cetip não falam sobre a expectativa de receita com o sistema. Mas dizem que a conexão entre bancos e avaliadores é apenas a primeira parte do projeto imobiliário. Segundo Dagnoni, a companhia segue em contato com os cartórios para trabalhar em uma ferramenta que permita o registro eletrônico dos contratos de financiamentos.
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