Mercado Imobiliário 28/06/2013


Cresce oferta de imóveis de médio-alto e alto padrão

Fonte: Valor, 28 jun. 2013

Os lançamentos de imóveis para a média-alta e a alta renda – que possibilitam margens mais elevadas que as dos projetos econômicos – têm voltado a ganhar força nos novos projetos do setor. Na cidade de São Paulo – maior mercado imobiliário do país – uma das razões desse movimento é o preço elevado dos terrenos. Há quem diga que, em alguns bairros da capital, está mais difícil fechar a conta nos lançamentos para a classe média por causa dos preços das áreas.

“Algumas incorporadoras estão atuando com mais foco nos segmentos de médio-alto e alto padrão. Houve redução na oferta de imóveis de padrão econômico e super-econômico”, diz o vice-presidente de operações da Brasil Brokers, Julio Piña. De janeiro a maio, 26% das vendas de lançamentos da Brasil Brokers foram de unidades com preço acima de R$ 650 mil, ante 19% no primeiro semestre de 2012. Além da mudança do mix, preços mais elevados contribuíram para esse incremento.

Conforme a diretora-geral de atendimento da Lopes, Mirella Parpinelle, os lançamentos de produtos destinados à média-alta e à alta renda ganharam participação na imobiliária no segundo trimestre. A executiva ressalta que, nos primeiros anos após a onda de abertura de capital, quando as incorporadoras precisavam apresentar “números grandiosos” ao mercado, houve menos oferta desses segmentos.

“Vemos uma demanda crescente por imóveis de alto padrão, assim como de médio-alto”, afirma o vice-presidente financeiro da Cyrela Brazil Realty, José Florêncio Rodrigues. Os lançamentos de médio-alto e alto padrão corresponderam a 70% do Valor Geral de Vendas (VGV) da Cyrela nos últimos cinco anos. Com o aumento de renda, a demanda por esses imóveis tende a crescer, segundo Rodrigues. Ele cita que a Cyrela tem tradição “em desenvolver e construir imóveis de alto padrão”.

Na cidade de São Paulo, o principal destaque dos lançamentos ocorridos neste ano foram as primeiras fases do Jardim das Perdizes, empreendimento com unidades de médio a alto padrão. O projeto pertence à Windsor Investimentos Imobiliários, da qual a Tecnisa tem quase 70%, a PDG Realty, 25%, e a BV Empreendimentos e Participações, o restante.

O preço médio por m2 das unidades do Jardim das Perdizes lançadas no primeiro trimestre ficou próximo de R$ 8,3 mil e, no segundo trimestre, em torno de R$ 9 mil, valores considerados de médio-alto padrão pela Tecnisa. A demanda das classes média-alta e alta por imóveis é menos afetada por um cenário de desaceleração da economia, conforme o diretor financeiro e de relações com investidores da Tecnisa, Vasco Barcellos.

A maior parte dos lançamentos da PDG é de unidades de R$ 250 mil a R$ 750 mil, com tíquete médio de R$ 375 mil, ainda que, no primeiro trimestre, esse valor tenha sido maior, em função do Jardim das Perdizes. “De forma oportunista, vamos participar das duas pontas: segmento econômico e alto padrão”, diz o diretor de relações com investidores da PDG, Guido Lemos. A empresa pretende ter lançamentos, neste ano, em linha com o VGV de 2012.

Conforme o diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), Luiz Paulo Pompeia, na cidade de São Paulo, a oferta de imóveis de médio-alto e alto padrão, neste ano, está maior do que a de 2012. A participação dessas unidades no segmento de um dormitório tem crescido, segundo Pompeia. Foi justamente o lançamento de imóveis de um dormitório que mais aumentou de janeiro a maio, na capital, ante o mesmo período de 2012. A expansão foi de cinco vezes, de 501 unidades lançadas, para 2,514 mil.

No total, os lançamentos de imóveis na capital paulista cresceram 35,7% até maio, para 10,409 mil unidades, segundo a Embraesp. O segmento de quatro dormitórios apresentou forte alta, de 23,3%, na comparação dos dois intervalos, para 1,159 mil unidades. O número de unidades de três dormitórios lançadas teve alta de 21,5%, para 2,329 mil. O menor aumento foi registrado no segmento de dois dormitórios, que cresceu 2,2%, para 4,407 mil, de acordo com a Embraesp.

Relacionamento pesa mais do que taxas no crédito à obra

Fonte: Valor, 28 jun. 2013

As taxas de juros praticadas no segmento de crédito imobiliário a empresas não variam muito de banco para banco, de acordo com executivos de incorporadoras. Costumam oscilar entre 9% e 11% ao ano mais TR (taxa referencial do mercado) e dependem da incorporadora e do tamanho do projeto. O preço do crédito é um dos fatores avaliados na hora de contratar a operação, dizem esses executivos. No entanto, agilidade nos processos burocráticos também pesam, especialmente na hora do repasse da dívida para o mutuário.

É comum, por exemplo, as empresas preferirem tomar crédito na instituição que detém sua folha de pagamentos ou que forneceu crédito para capital de giro. Além disso, José Florêncio, vice-presidente financeiro da Cyrela Brazil Realty, lembra que os bancos públicos reduziram significativamente as taxas oferecidas no ano passado, mas foram logo acompanhados pelos privados.

Nicolaos Georgios Theodorakis, sócio e diretor financeiro da Alfa Realty, conta que alguns bancos impõem procedimentos burocráticos, que atrasam o repasse da dívida da incorporadora para o cliente. Mas a eficiência nesse processo, após o término da construção, é fundamental, afirma Florêncio, da Cyrela.

A estratégia do Santander tem sido atuar no segmento corporativo para depois conquistar o relacionamento de longo prazo com as famílias. “O cliente pessoa física do crédito imobiliário sempre foi do interesse do Santander, sempre foi um foco. O banco fornece muitos empréstimos via Plano Empresário por conta disso”, diz Alda Rosseli, superintendente executiva de negócios imobiliários pessoa jurídica do banco.

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O diretor de crédito imobiliário do Bradesco, Cláudio Borges, também reconhece que o objetivo é atingir o comprador do imóvel. “Depois oferecemos produtos e serviços a esse consumidor. A relação com o banco se mantém, porque o ajudamos a realizar o sonho de comprar a casa própria”, diz.

Luiz Antonio França, diretor de crédito imobiliário do Itaú, diz que um dos motivos da relevância da modalidade para o banco é o risco baixo, dinâmica que se mantém quando a dívida passa da incorporadora para o mutuário. “É uma operação com inadimplência muito controlada, na qual as garantias podem ser executadas rapidamente”, diz França. Dados do BC mostram que o nível de inadimplência do financiamento imobiliário para empresas é estável, registrando taxas mês a mês ora de 0,3% ora de 0,4%, desde o início de 2012.

Enquanto o crédito imobiliário às empresas se desacelera, o financiamento às famílias para aquisição de imóveis cresce. Segundo dados da Abecip, no primeiro trimestre deste ano, a expansão foi de 29% ante igual período de 2012, chegando a R$ 14,99 bilhões.

O vice-presidente da Abecip, Osmar Roncolato, afirma que o ritmo de produção de imóveis está ligado a ciclos econômicos. Porém, ressalta que o reflexo da desaceleração na atividade econômica no setor de construção pode se dar com algum atraso.

Alda Rosseli considera ainda ser cedo para afirmar que os lançamentos de imóveis diminuirão neste ano em comparação a 2012, apesar da queda observada até o momento. Ela acredita que essa diminuição é natural após uma troca de prefeitos, que resulta em aumento dos prazos necessários para as aprovações dos projetos pelos órgãos públicos. Outra razão para a desaceleração no ritmo de lançamentos foi o foco de parte das incorporadoras no ano passado na venda do estoque de imóveis. Roncolato diz que independentemente do ritmo de lançamentos, trata-se de um segmento com forte concorrência.

Alexandre Lafer Frankel, presidente da incorporadora Vitacon, conta que as construtoras estão procurando fontes alternativas de funding, com emissão de títulos como Certificados de Recebíveis Imobiliário (CRIs) ou Cédulas de Crédito Bancário (CCBs), a mercado ou não. Mas elas ainda dependem em grande escala do Plano Empresário, que segue sendo a forma mais barata de captação.

“Hoje somos muito assediados tanto por bancos quanto por securitizadoras. Mas 90% dos recursos para nossas obras ainda vêm do Plano Empresário e só 10% de papéis emitidos. Creio que esse percentual cairá com o tempo”, diz.

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Mercado Imobiliário 27/06/2013


Bracon e Tech Casa vão lançar até R$ 1,1 bi

Fonte: Valor, 27 jun. 2013

 

A joint venture entre Bracon Incorporações e Participações e Tech Casa projeta lançamentos com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 800 milhões a R$ 1,1 bilhão de agora até o início de 2015. Trata-se de nova fase da joint venture criada pelas duas empresas em agosto do ano passado. Na nova etapa, Bracon, Tech Casa e um sócio investidor terão um terço, cada, do VGV lançado.

 

A Bracon é responsável pela incorporação, e a gestão das obras fica por conta da Tech Casa.

 

Recentemente, a joint venture fechou parceria com a RB Capital para projeto em Santos (SP), com VGV total de R$ 46 milhões, e com a Mauá, para desenvolver empreendimento de R$ 80 milhões em Tucuruí (PA). Os dois projetos já foram aprovados. Tanto a RB Capital quanto a Mauá atuarão como sócios financeiros de projetos, segundo o diretor da Bracon, Alon Nussbacher.

 

Há negociações em andamento de parcerias de incorporação a serem iniciadas antes da aprovação dos respectivos projetos com a RB Capital e também com o BTG Pactual, de acordo com o executivo.

 

Do VGV a ser lançado até o início de 2015, 70% se refere a empreendimentos residenciais destinados, principalmente, à média-alta renda. Os demais 30% do VGV se referem a salas comerciais, centros comerciais e hotéis.

 

A Bracon está negociando a compra de terreno, no Jabaquara, na zona Sul da cidade de São Paulo, para um hotel que será lançado no ano que vem, conforme Nussbacher. Na primeira fase da joint venture, os projetos se concentraram na capital paulista. A partir de agora, a atuação será ampliada para a Grande São Paulo, para Santos e Campinas. A atuação em Tucuruí é pontual.

 

Cade aprova acordo entre MRV e fundo do Bradesco sobre Log

 

Segundo despacho do Conselho no Diário Oficial da União, a operação foi aprovada sem restrições

 

Fonte: EXAME.com

 

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou um acordo entre a MRV Engenharia e o fundo de private equity FIP Mplus, gerido pelo Bradesco, para investimento na LOG Commercial Properties.

 

Segundo despacho do Cade no Diário Oficial da União, a operação foi aprovada sem restrições.

 

Em maio, a construtora havia informado que tinha acertado acordo com o fundo para investimento de 278 milhões de reais na empresa de gestão de espaços comerciais, sendo que desse total, 150 milhões de reais ficariam a cargo dos atuais investidores da LOG, que incluem a MRV. Os 128 milhões restantes seriam aportados pelo FIP Mplus, que ficará com 9,9 por cento de participação na LOG.

 

Com o acordo, MRV, Starwood Capital Global Group e executivos e colaboradores reduzirão suas participações na LOG, para 37,87, 30,03 e 22,2 por cento, respectivamente.

 

 

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Mercado Imobiliário 26/06/2013


Mercado de terrenos segue longe da euforia

Fonte: Valor, 26 jun. 2013

Os negócios de compra e venda de terrenos na cidade de São Paulo – maior mercado imobiliário do país – começam a ficar mais aquecidos em relação há um ano, mas a situação continua longe daquele ambiente de euforia de 2010 e 2011. No ano passado, a redução do volume de lançamentos e a necessidade de boa parte das incorporadoras listadas em bolsa de preservar caixa resultaram na queda de demanda por novas áreas.

Os preços dos terrenos deixaram de subir e se estabilizaram em patamar considerado elevado pelo mercado.

Não existe consenso em relação às expectativas sobre o comportamento do conjunto dos lançamentos de imóveis pelas incorporadoras de capital aberto neste ano, na comparação com 2012, mas há empresas, como a Cyrela Brazil Realty, que sinalizaram perspectiva de crescimento de lançamentos e vendas.

À medida que lançam empreendimentos, as incorporadoras vão consumindo parte de seus estoques de áreas. Isso gera a necessidade de reposição dos terrenos, ainda que o processo não ocorra no ritmo acelerado de alguns anos atrás.

Há quem diga que a tendência é que as compras de terrenos pelas incorporadoras se acelerem a partir de julho. As novas áreas serão adquiridas, principalmente, para projetos a serem lançados no segundo semestre de 2014 e na primeira metade de 2015.

Mesmo assim, não se espera aumentos de preços dos terrenos. Num cenário em que a busca de margens melhores é uma das prioridades, as incorporadoras estão mais rigorosas nas negociações de preço e de condições de pagamento das áreas, seja em dinheiro ou permutas.

Outro fator que contribui para frear as altas dessa matéria-prima é a pequena disponibilidade, no mercado, de títulos que permitem ampliar o potencial construtivo dos terrenos.

Se para os bons terrenos, os preços estão estáveis em patamares elevados, para aqueles considerados ruins, quase não há liquidez, segundo um analista que acompanha o setor.

Desde 2012, a desaceleração do ritmo de lançamentos e a necessidade de caixa das incorporadoras têm resultado também em venda pelas empresas de terrenos que passaram a ser considerados não estratégicos ou cujo desenvolvimento só seria possível no longo prazo.

A Brookfield Incorporações, por exemplo, está buscando alternativas para os terrenos que possui no bairro de Tamboré, em Barueri (SP). As áreas de Tamboré correspondem a cerca de um terço do Valor Geral de Vendas (VGV) potencial estimado do seu banco de terrenos. A Brookfield poderá vender áreas ou atuar como permutante do terreno para alguma incorporadora que tenha interesse em desenvolver projeto no local.

Imóvel comercial atrai ‘órfãos’ da Bolsa e renda fixa

Investidor de salas é mais jovem, tem salário menor do que há 6 anos e busca opção rentável para recursos

Aluguel paga cerca de 0,5% do valor do imóvel ao mês; localização atraente é chave para manter locatário

Fonte: Folha, 26 jun. 2013

Com o baixo rendimento de outras aplicações –como Bolsa, com perda de cerca de 20% no ano, e renda fixa, que paga pouco no cenário atual de juros baixos–, imóveis comerciais são uma opção procurada por investidores.

A valorização dos imóveis fez com que o público se renovasse. Hoje, o investidor de pequenas salas comerciais (até 60 metros quadrados) tem, em média, 44 anos e renda média familiar de R$ 20 mil ao mês.

Há seis anos, a idade média para esses investidores ultrapassava os 50 anos e a renda familiar era de R$ 46 mil, segundo um estudo da imobiliária Lopes. Para João Henrique, diretor de atendimento da empresa, houve uma migração do investidor da Bolsa para o imóvel.

Os compradores também estão cada vez mais qualificados: 43% possuem pós-graduação e 47%, ensino superior. “Há muitos médicos, advogados, empresários e profissionais liberais investindo”, afirma Henrique.

Antes, a maior parte dos investidores era de empresários bem-sucedidos.

Enquanto a maioria dos imóveis residenciais é adquirida para moradia (entre 80% e 90%, segundo o Secovi-SP, sindicato que representa as construtoras), 36% dos comerciais são comprados por investidores.

RENDA MENSAL

Na maioria dos casos, o investidor compra a sala e tem no aluguel uma garantia de retorno mensal.

Segundo Celso Petrucci, economista chefe do Secovi, a taxa de retorno média fica entre 0,5% e 0,6% ao mês em relação ao valor total do investimento. Se o investidor comprou um imóvel por R$ 500 mil, por exemplo, um aluguel de R$ 2.500 representa um retorno de 0,5%.

O empresário Anderson Willian Figueira, 35, espera ganhos mais altos. Figueira comprou uma sala comercial de cerca de 40 metros quadrados na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.

Gastou cerca de R$ 500 mil na compra. Na região, as salas são alugadas por aproximadamente R$ 3.000. O investidor quer construir um mezanino e aumentar o aluguel para em torno de R$ 5.000, com retorno de 1%.

“Não tem outro investimento que dê rentabilidade desse nível, com risco baixo.”

Para Amir Makansi, diretor da consultoria imobiliária Anglo Americana, a localização do imóvel é essencial para o sucesso do investimento. “Você tem que estar em uma região que tenha demanda”, diz. Por isso, a maior parte das compras para investimento ocorre em regiões já consolidadas, como as avenidas Faria Lima e Paulista.

A expansão ocorre a partir desses polos já consolidados, segundo Henrique, da imobiliária Lopes.

LAJES X SALAS

Aquele que investe em salas comerciais tem um perfil diferente do investidor que aposta em lajes corporativas.

O comprador da laje é considerado um investidor de grande porte porque consegue alugar andares inteiros para empresas grandes, com contratos longos e baixo risco de inadimplência.

Escritório exige cautela de investidor na capital

Com imóveis mais caros, é preciso cobrar mais pelo aluguel para lucrar

Interessado deve pesquisar a região antes de comprar; prédios com serviços podem atrair mais inquilinos

Fonte: Folha, 26 jun. 2013

O mercado de salas comerciais na capital paulista oferece boas oportunidades de negócio, mas passou a exigir mais cautela de quem pensa em investir para alugar.

Com terrenos mais raros e caros na cidade, o valor médio de venda do metro quadrado subiu de R$ 10,2 mil em 2011 para R$ 13,2 mil neste ano até abril, quando o tamanho médio dos lançamentos era de 50 metros quadrados.

Apesar de o valor a ser investido ter aumentado, os escritórios, especialmente os menores, são ainda procurados como forma de obtenção de renda.

“Hoje não há aplicações financeiras que rendam expressivamente, então as pessoas acabam tendo interesse em comprar um imóvel para alugar”, diz Celso Amaral, diretor corporativo do Geoimovel, empresa de informações imobiliárias.

O investidor, no entanto, deve ter cuidado antes de fechar um negócio.

PESQUISA NA REGIÃO

“A pessoa deve analisar bem não somente o material de propaganda do empreendimento, mas verificar quanto está o aluguel de imóveis similares na região”, afirma o planejador financeiro pessoal Valter Police Junior.

E é preciso fazer as contas para ver se o investimento compensa. O rendimento deve ser de, no mínimo, 0,45% ao mês, diz Police.

Segundo Amaral, do Geoimovel, os retornos mensais giram atualmente em torno de 0,5% a 0,6%.

O investidor deve considerar também o risco de que o imóvel fique desocupado por algum período, dada a grande quantidade de lançamentos recentes e a desaceleração da economia.

Costabile Infante Filho, 54, proprietário da seguradora Moema Seguros, afirma que começou a investir em salas comerciais para diversificar seu portfólio, mas tem visto uma desaceleração da demanda por locação.

“Estou com uma sala de 47 metros quadrados para alugar em Pinheiros há seis meses. Nunca fiquei com ela livre esse tempo todo”, diz.

DIFERENCIAIS

Uma estratégia para tentar aumentar os ganhos com o aluguel é buscar imóveis diferenciados, que atendam à demanda de determinado público –por exemplo, salas em condomínios que ofereçam serviços compartilhados, como o de recepcionista.

O tamanho também pode favorecer. O escrevente José Carlos Botelho Filho, 47, decidiu investir em salas maiores em empreendimentos imobiliários com assinatura de arquitetos famosos.

No momento, ele aluga uma sala na Vila Madalena de 190 metros quadrados por R$ 18 mil ao mês.

Recentemente, adquiriu outras duas salas em um empreendimento no mesmo bairro que, apesar de não terem sido entregues, já têm contrato de locação –uma para um advogado e outra para uma empresa de móveis.

“O valor do aluguel vem aumentando ano a ano e passou a ser interessante. Há carência de empreendimentos de qualidade, em que você pode pleitear preço maior.”

Imóvel comercial deve levar em conta o perfil de cada endereço

Lanchonetes e lojas de roupas, por exemplo, precisam estar em regiões mais movimentadas

É preciso ter cuidado com problemas como enchentes e segurança, que dificultam a locação da unidade

Fonte: Folha, 26 jun. 2013

O investidor interessado em adquirir uma sala comercial para alugar ou revender deve conhecer bem a região em que pretende aplicar seu dinheiro. A localização pode significar o sucesso ou o fracasso de uma empresa, na avaliação de especialistas.

De acordo com o diretor comercial da imobiliária Coelho da Fonseca, Fernando Sita, imóveis em bairros mais conhecidos têm a vantagem de venda ou locação mais rápida. Ou seja, dificilmente ficarão sem uso.

“Boa localização é aquela que não precisa explicar o endereço de sua loja. Só pelo nome da rua, o cliente já sabe chegar”, diz Sita.

Em geral, imóveis em regiões de grande concentração de empresas podem ser alugados por agências bancárias, restaurantes, livrarias, lojas de roupas, por oferecerem serviços a que o trabalhador pode recorrer rapidamente antes e depois do trabalho e no horário de almoço, afirma o consultor do Sebrae-SP Gustavo Carrer.

Dentro dos bairros, a procura pelos imóveis é maior por empresas especializadas em produtos do dia a dia, como padarias, papelarias, açougues, lojas varejistas e serviços bancários.

Já empresas de necessidades eventuais, como mecânica e de material de construção, têm preferência por endereços em avenidas que ligam bairros à região central.

Fernando Sita, da Coelho da Fonseca, diz que imóveis de esquina ganham em visibilidade, o que é bom para o comércio. Já os localizados em rua de mão dupla facilitam a locomoção do cliente.

FACHADA

Fachadas grandes também são valorizadas por futuros inquilinos, diz o consultor do Sebrae-SP Gustavo Carrer, pois têm fácil visualização. “O empresário quer explorar as fachadas. As vitrines precisam ser amplas para chamar o cliente.”

No caso de prédios, inquilinos se interessam por edifícios com praça interna e lanchonetes, segundo Belmiro Quintaes, diretor de atendimento da imobiliária Lopes.

“O cliente gosta desse tipo de ambiente”, diz Quintaes.

PROBLEMÁTICOS

Imóveis problemáticos, segundo Roseli Hernandes, diretora comercial da imobiliária Lello, são os localizados em áreas degradadas ou com problemas de enchentes. Além da procura ser pequena, o dono deve reembolsar o inquilino em caso de danos.

Mudanças no bairro devem ser pesquisadas antes do negócio

Prefeitura de SP discute alterações no Plano Diretor da cidade

Fonte: Folha, 26 jun. 2013

Na hora de escolher um imóvel para investir, não apenas a estrutura do empreendimento deve estar no radar do interessado em adquiri-lo. O entorno do local, e, principalmente, as mudanças pelas quais determinado bairro está passando são cruciais.

Essas mudanças passam, necessariamente, pela discussão do Plano Diretor de cada cidade. No caso de São Paulo, está em debate a atualização desse documento, que é de 2002.

O Plano Diretor é a lei que traça as diretrizes básicas para o planejamento municipal, incluindo como os terrenos podem ser ocupados e em quais zonas da cidade haverá concentração de residências, polos industriais e moradias construídas para populações de baixa renda.

EM DEBATE

Em agosto, a versão final do documento tem de ser debatida na Câmara Municipal de São Paulo. Até lá, a prefeitura recebe sugestões da população e promove debates. É possível ver a agenda e mandar sugestões no site http://www.gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br.

Para o advogado Kleber Luiz Zanchim, professor de direito dos contratos do Insper e presidente da Associação Trabalhar, que ajuda na recolocação de desempregados carentes, o maior desafio é manter o que ele chama de “vocação” de cada região.

“Se um local sempre teve indústrias, será necessário praticamente criar uma nova cidade no entorno, porque as condições ali não são para receber residências”, afirma.

Uma das principais queixas das construtoras é em relação ao fim das chamadas outorgas onerosas –licenças compradas da prefeitura por empresas para construir acima do limite permitido.

O valor é colocado em um fundo municipal para bancar melhorias na cidade, como praças, creches, saneamento, entre outras benfeitorias no entorno do imóvel.

Entre 2007 e 2012, foi arrecadado R$ 1,08 bilhão em pagamentos de outorgas onerosas em São Paulo, sendo R$ 203 milhões somente no ano passado, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano.

Para o setor da construção, o problema não é o pagamento da taxa, mas sim que, com o fim dessas autorizações, fica difícil construir nas regiões onde não há mais esses estoques de terreno.

“Para as empresas, não é economicamente viável fazer um empreendimento sem outorgas, pois o limite imposto ao tamanho da construção é baixo”, afirma Cláudio Bernardes, presidente do Secovi-SP (sindicato que representa as construtoras).

Em alguns locais essas outorgas acabaram, como na Vila Leopoldina, região oeste de São Paulo. Isso quer dizer que a região não tem mais espaço para a construção de grandes empreendimentos.

Para o professor de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo) Fábio Mariz Gonçalves, é questionável o fim das outorgas onerosas no bairro.

“Quando se fala que essa região já tem adensamento esgotado, eu me pergunto quais os critérios usados para essa determinação”, diz. Segundo ele, é possível ver que ainda há galpões vazios no local e que as decisões não podem ser exclusivamente técnicas, avalia.

Para Simone Santos, diretora de serviços corporativos da Imobiliária Herzog, a região tem potencial para prédios de escritórios.

“As áreas empresariais como Itaim e Paulista já estão esgotadas”, afirma.

Para o investidor, contudo, imóveis em áreas com poucos terrenos podem ser bom negócio, pela valorização.

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Mercado Imobiliário 25/06/2013


Barra Funda atrai por localização e preço mais baixo

Fonte: Folha de S. Paulo, 24 jun. 2013

 

Com fácil acesso às marginais Pinheiros e Tietê e atendida por estações de metrô e trem, a Barra Funda se destaca na zona oeste de São Paulo com preço inferior ao de bairros mais valorizados da região, como Perdizes e Pacaembu.

 

Segundo estudo inédito da Lopes Inteligência de Mercado sobre a zona oeste, o valor médio do metro quadrado dos imóveis em estoque em março foi de R$ 7.990. Em Perdizes, Pinheiros e Vila Madalena, fica em torno de R$ 12 mil.

 

Não é só pelo valor do metro quadrado mais baixo que a Barra Funda chama atenção do mercado. De acordo com a rede imobiliária Brasil Brokers, o bairro liderou em imóveis residenciais verticais lançados no primeiro trimestre, com 428 unidades colocadas à venda –43% a mais que o segundo colocado, o Tatuapé (zona leste).

 

Um dos motivos para a liderança, segundo Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers, é que a região concentra muitos postos de trabalho. “Isso atrai moradores de bairros da zona norte.”

 

LANÇAMENTOS

 

Apesar da aposta das construtoras na Barra Funda, o local, com galpões e avenidas movimentadas, não costuma ser aprazível para um passeio, como os bairros vizinhos mais caros.

 

“É mais bacana caminhar no sentido Higienópolis e Pacaembu, mas a Barra Funda tende a ficar muito moderna com a operação urbana Água Branca”, diz Antonio Setin, presidente da Setin, que lançou o edifício Setin Midtown neste mês na região.

 

A operação, que passa por revisão, propõe o incentivo a uma verticalização maior, incluindo edifícios com comércio no térreo. Mas o conteúdo do projeto ainda não está definido e deverá passar por alterações antes de ir para segunda votação.

 

O empreendimento Setin Midtown mesclará unidades hoteleiras, residenciais e comerciais na mesma torre. “O prédio terá forma de ‘T’. Uma ‘barra’ do T dará acesso apenas aos apartamentos. A outra, aos quartos de hotel e às salas comerciais”, diz Setin.

 

Alessandra Calefo, diretora de incorporação da You, conta que a construtora planeja lançar três empreendimentos residenciais na zona oeste em 2014 –na Vila Madalena, Perdizes e Barra Funda.

 

“O cliente que não consegue ter um imóvel numa área como Perdizes compra um na Barra Funda e usa a infraestrutura do bairro vizinho.”

 

João Henrique, diretor de atendimento da Lopes, diz que a perspectiva é de valorização e que o preço do metro quadrado dos imóveis na Barra Funda deverá se equiparar ao da vizinha Pompeia, hoje em R$ 9.760.

 

SP: Imóveis baratos e incentivo fiscal são trunfos de Barueri

Fonte: Folha de S. Paulo, 24 jun. 2013

 

Localizada a 30 quilômetros da capital, Barueri contornou a condição de cidade-dormitório. Hoje, mais recebe do que envia trabalhadores a São Paulo. A população ocupada de Barueri é superior ao seu número de habitantes.

 

É o resultado é uma cidade rica. Barueri tem o 14º PIB per capita do país -de R$ 115,3 mil em 2010- e a terceira maior arrecadação de ICMS do Estado de São Paulo, atrás da capital e de Campinas.

 

Com incentivos tributários, como desconto no ISS (Imposto Sobre Serviços), e a facilidade de acesso a São Paulo, Barueri atraiu um grande número de empresas nos últimos anos, especialmente de serviços. O PIB do setor mais que dobrou entre 2002 e 2010.

 

Já após a inauguração do trecho oeste do Rodoanel, Barueri ficou mais atrativa para a instalação de galpões industriais e logísticos.

 

Isso fez os preços dos terrenos subirem mais de 200% nos últimos oito anos no eixo mais nobre da cidade, segundo a Herzog Administradora de Imóveis, e os investimentos migraram dos galpões para o mercado corporativo.

 

Há sete anos, Barueri está entre os municípios que mais lançaram salas comerciais na Grande São Paulo. Segundo a consultoria Geoimóvel, é a única cidade da região metropolitana a ter lançamentos em todos os anos desde 2006.

 

A desenvolvedora imobiliária Tishman Speyer faz parte dessa estatística. Depois de construir duas torres de escritórios à margem da rodovia Castello Branco, ela pretende erguer mais cinco, nos mesmos moldes. O investimento, em cada edifício, é de R$ 200 milhões.

 

O grande diferencial das salas comerciais em Barueri é o preço da locação. O metro quadrado no empreendimento da Tishman sai por R$ 65, em média -cerca de metade do valor do aluguel em centros empresariais da capital.

 

Azul, Philips, Redecard e AES são algumas das empresas que decidiram se instalar à beira da Castello Branco. O MercadoLivre, que ficava perto da avenida Luis Carlos Berrini, também optou pela região para crescer.

 

“A estrutura da empresa foi ganhando corpo e buscamos um lugar que pudesse absorver toda a estrutura”, diz Helisson Lemos, diretor geral do MercadoLivre, que inaugurou em 2010 o escritório em Santana de Parnaíba, município vizinho a Barueri.

 

“Encontramos infraestrutura, mão de obra qualificada e uma relação custo-benefício interessante aqui”, diz.

 

Além de Santana de Parnaíba, outras cidades da região crescem rapidamente, como Itapevi e Jandira, segundo Simone Santos, diretora de serviços corporativos da Herzog Imobiliária. “Esses municípios são uma extensão natural de Barueri”, diz.

 

O lado negativo é o trânsito, causado pela elevada população flutuante.

 

Jae Ho Lee, presidente do grupo Ornatus, de Santana de Parnaíba, evita marcar reuniões no final da tarde.

 

“É muita gente saindo da região ao mesmo tempo. É difícil reter profissionais por causa do trânsito. Procuramos oferecer benefícios que compensem isso, como horário flexível”, afirma.

Assinatura 11e12

Mercado Imobiliário 24/06/2013


A estranha matemática da Alphaville

Depois de venderem por R$ 383 milhões 80% da empresa de loteamento, os empresários Renato Albuquerque e Nuno Lopes Alves recebem da Gafisa R$ 367 milhões pelos 20% restantes

Fonte: Isto É Dinheiro

Os acionistas da construtora e incorporadora paulista Gafisa, uma das poucas empresas brasileiras de capital pulverizado na bolsa, têm motivos de sobra para reclamar. Neste ano, as ações da companhia registraram uma desvalorização de 24%. Seus resultados no primeiro trimestre não foram nada animadores. A receita líquida caiu 20%, para R$ 669 milhões, e o prejuízo passou de R$ 33 milhões para R$ 55 milhões. Na semana retrasada, o anúncio da venda de 70% da Alphaville Urbanismo, sua unidade de loteamentos de alto padrão, para os fundos Blackstone Real Estate e Pátria Investimentos, por R$ 1,4 bilhão, tinha tudo para dar um alívio à construtora, uma vez que o negócio era visto com bons olhos pelos analistas de mercado.

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Rumo ao golfe: Renato Albuquerque deixa a empresa, mas segue vivendo

no condomínio que idealizou

Em vez disso, as ações da empresa sofreram mais uma queda, de 6,8%, no dia da venda, 7 de junho, influenciada, em parte, pela perspectiva de rebaixamento da nota de risco do Brasil pela S&P. Há nesse grupo de investidores frustrados, no entanto, quem tenha motivos para rir. São os fundadores da Alphaville, o empresário brasileiro Renato Albuquerque e seu sócio, o advogado português Nuno Lopes Alves, que ainda detinham uma parcela de 20% na companhia e embolsaram R$ 367 milhões na transação. Detalhe: há sete anos, eles venderam 80% da Alphaville para a mesma Gafisa por R$ 383 milhões. Naquela época, os dois empresários concordaram em vender a empresa de lotea­mentos em duas etapas.

Na primeira, embolsaram R$ 20 milhões e mais um punhado de ações da construtora, totalizando os R$ 383 milhões. Na segunda etapa, que seria concluída em 2012, a Gafisa compraria o restante, pagando em ações ou dinheiro, a seu critério. Só que, nesse período, a Alphaville só valorizou. A Gafisa, por sua vez, tomou o caminho contrário, em razão dos problemas para digerir a aquisição da Tenda, em 2008, especializada no setor de baixa renda. Desde sua aquisição, a Alphaville se tornou o único ativo realmente atraente da Gafisa. No ano passado, ela foi responsável por mais de 40% dos negócios da construtora.

Seu lucro, de R$ 157 milhões em 2012, ajudou a reduzir o prejuízo de R$ 124 milhões da construtora. Em função desse desempenho, a Alphaville foi avaliada em R$ 2 bilhões na transação feita com o Blackstone e o Pátria. A Gafisa, por sua vez, tem valor de mercado de R$ 1,5 bilhão – um típico caso em que a parte é maior do que o todo. Se o pagamento pela parcela restante da Alphaville fosse feito em papéis da construtora, Albuquerque e Alves, que já detinham 1% da empresa, passariam a ter quase 20%. Os dois se tornariam, com folga, os maiores acionistas individuais da construtora, superando o fundo Polo Capital, que detém cerca de 7% de participação.

Apenas três acionistas da Gafisa possuem mais de 5% do seu capital – o Polo, o Goldman Sachs (5,21%) e o fundo de pensão Funcef (5,48%). Ao deixarem a Alphaville, Renato Albuquerque e Nuno Lopes Alves encerram uma trajetória que mistura sorte e visão de negócios, que os deixou milionários. Albuquerque é um dos idealizadores do loteamento Alphaville, em Barueri, na Grande São Paulo, lançado em 1974, que se tornou a maior referência em condomínios de alto padrão no Brasil. O projeto foi fruto de sua parceria de quase três décadas com o empresário Yojiro Takaoka, seu sócio na construtora Albuquerque Takaoka. A parceria só acabou com a morte de Takaoka, em 1994.

Com a perda do sócio, Albuquerque encerrou a construtora e se concentrou em loteamentos. Seu objetivo era levar o mesmo conceito de condomínio a outras cidades do Brasil. Para isso, fundou a Alphaville Urbanismo em sociedade com Alves, com quem havia tocado alguns empreendimentos nas cidades de Sintra e Lisboa, em Portugal. Lopes Alves já havia residido no Brasil na década de 1970, quando ainda era estudante. Em 1995, ele se mudou com a família para Alphaville, de onde nunca mais saiu, tendo criado seus três filhos. Juntos, Albuquerque e Alves levaram a marca de condomínios para mais de 40 cidades e transformaram a Alphaville em uma empresa bilionária e cobiçada pelo mercado.

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BR Properties aprova venda de ativos avaliados em R$690 mi

Fonte: Reuters
O Conselho de Administração da BR Properties aprovou a venda de empreendimentos imobiliários avaliados em 690 milhões de reais, informou a empresa nesta sexta-feira.

A decisão foi aprovada em reunião do Conselho realizada na véspera. Os imóveis têm geração de receita de 60 milhões de reais prevista para os próximos 12 meses.

À Reuters, a companhia informou que tem uma proposta firme para o negócio, mas que revelará mais detalhes da transação somente quando a operação for fechada, possivelmente na próxima semana.

Às 12h10, a ação da companhia avançava 2,13 por cento, a 17,71 reais. No mesmo instante, o Ibovespa caía 1,64 por cento.

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Mercado Imobiliário 21/06/2013


São Paulo recebe 131 empreendimentos comerciais em 3 anos

 

Os lançamentos na capital paulistana somam 146 torres, 20.583 unidades e R$ 9,6 bilhões em VGV

Fonte: Infomoney, 21 jun. 2013

Um levantamento da consultoria imobiliária Lopes revelou que a cidade de São Paulo recebeu, nos últimos três anos, 131 empreendimentos comerciais, sendo que mais de 90% dos conjuntos já foram comercializados.

Os lançamentos na capital paulistana somam 146 torres, 20.583 unidades e R$ 9,6 bilhões em VGV (Valor Geral das Vendas). Ainda de acordo com o estudo, os lançamentos estão concentrados, principalmente, nas zonas Sul e Oeste da capital paulista. A Zona de Valor da Barra Funda, na Zona Oeste, recebeu 1.783 novas unidades, seguida pela Vila Leopoldina (1.542), Santana (1.312) e Pinheiros (1.294).

No ranking realizado pela Lopes ainda são listadas as Zonas de Valor de Santo Amaro (1.229), Bela Vista (981), Brooklin (977), Mooca (731), Vila Olímpia (730) e Tatuapé (693 novas unidades).

Quanto à tipologia das unidades, 86% dos conjuntos possuem até 49 metros quadrados de área privativa. “Com metragens menores, as unidades são procuradas principalmente para investimento ou uso próprio”, afirma a Diretora Geral de Atendimento da Lopes, Mirella Parpinelle.

Valores

Já em relação ao valor, os preços médios giram em torno de R$ 9.500 por metros quadrados nas Zonas Leste e Norte. Nas demais zonas da cidade os preços são maiores: R$ 10.910/m², R$ 12.500/m² e R$ 14.080/m² nas zonas Oeste, Sul e Centro, respectivamente.

Ex-subprefeita nega doação de terreno a condomínio

Foi autorizado só trâmite para fazer praça, diz ela

Fonte: Folha, 21 jun. 2013

Subprefeita da Lapa durante o ano de 2008, a advogada Luiza Nagib Eluf afirma que não doou um terreno de 1.400 m² localizado na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, onde moradores do entorno reivindicam uma praça.

“Jamais poderia doar uma área pública, isso é impossível. O que fiz foi autorizar os trâmites para que uma praça fosse feita na área. Quem daria a palavra final sobre a criação seria o prefeito ou a Câmara Municipal.”

De acordo com Eluf, ela deu início ao processo após receber abaixo-assinado com 500 nomes de moradores do bairro que reivindicavam a melhoria da área.

“Como o local estava abandonado, sujo, cheio de baratas e escorpiões, além de ficar em uma área que alaga e com pouco transporte público, concordei que seria mais útil se ele fosse recuperado e entregue de volta à comunidade”, disse. “É função do subprefeito direcionar o desenvolvimento local.”

Segundo a advogada, à época do pedido dos moradores, em meados de 2008, não havia a intenção de fazer no local um centro de atenção à saúde do trabalhador.

“Só fui procurada pela [Secretaria Municipal da] Saúde quando já havia autorizado o trâmite de construção da praça. Assim mesmo, ofereci outras três áreas para que fizessem a unidade, mas nenhuma foi aceita e não se falou mais no assunto.”

Apesar de ter autorizado os trâmites para a construção da praça, o ato foi anulado em 2009, quando Eluf já havia deixado a subprefeitura.

“Quando a Soninha [Francine] assumiu a subprefeitura, ela resolveu desistir da praça. Em 2010, um decreto oficializou a transferência do terreno para a Secretaria da Saúde.”

GALPÃO

Em relação a um galpão que havia no terreno e foi derrubado, a advogada declarou que a construção não pertencia à administração pública e que foi derrubada depois do fim de sua gestão.

“O local estava caindo aos pedaços, dificilmente poderia ser utilizado e não pertencia à subprefeitura, foi erguido de forma irregular.”

A Secretaria Municipal da Saúde informou que a situação da área “encontra- se atualmente na Secretaria Municipal de Planejamento, no Departamento de Gestão do Patrimônio Imobiliário, que avalia medidas a serem adotadas em relação ao uso indevido do terreno pela vizinhança”.

Financiamento acima de R$ 1 mi sobe 27%

 

Fonte: Folha, 21 jun. 2013

 

O número de imóveis financiados de janeiro a março cresceu 27% ante o mesmo período de 2012, aponta balanço da imobiliária Coelho da Fonseca, que atua no segmento de alto padrão em São Paulo. Segundo a imobiliária, clientes com condições de comprar à vista têm optado pelo financiamento.

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Mercado Imobiliário 20/06/2013


Loteamento entra no radar dos investidores

 

Fonte: Valor Econômico, 20 jun. 2013

 

O segmento de loteamentos tem atraído a atenção de novos participantes, sejam incorporadoras com atuação tradicional na área residencial ou fundos de investimento. As margens mais elevadas que as de incorporação são o principal estímulo a esse apetite. O segmento ganhou visibilidade no processo de definição pela Gafisa dos rumos de Alphaville Urbanismo, que culminou na venda de 70% da empresa de loteamento para as gestoras de fundos Pátria e Blackstone, por R$ 1,4 bilhão.

 

As maiores margens em loteamentos resultam da menor necessidade de investimentos para a obtenção do produto final a ser comercializado. São necessários aportes para infraestrutura, mas não para construção de empreendimentos. Os riscos de execução e de estouros de orçamentos são inferiores aos dos projetos residenciais, e os terrenos são adquiridos, em geral, por meio de permuta.

 

Embora considerado promissor, o segmento tem forte barreira de entrada: o ciclo longo, resultante, principalmente, dos prazos necessários para aprovação dos projetos. Outro fator desfavorável, segundo o mercado, é a restrita oferta de crédito. Ainda assim, o segmento tem recebido novos investimentos, direcionados tanto à compra de participação em empresas quanto à aquisição de carteiras.

 

Segundo o empresário José Batista Júnior, dono da JFG Construções e Participações, o interesse em loteamentos cresce com a busca por investimentos de maior rentabilidade e com a necessidade de organização urbana. Neste ano, a JFG comprou o controle da loteadora BRDU – Brasil Desenvolvimento Urbano, focada em loteamentos residenciais para as classes C e D em cidades de médio porte, da qual já era parceira em alguns projetos. O investimento foi feito pelo empresário e não pela JBS, da qual Junior é um dos donos.

 

Parceira da BDRU em projetos desde fevereiro de 2012, a gestora de fundos de private equity VBI Real Estate foi uma das concorrentes à compra de Alphaville. Interessada na combinação de segmento atrativo, com a marca Alphaville, a VBI ofereceu R$ 1,85 bilhão por 100% da loteadora. “Investimos no mercado imobiliário. Com uma produtora de terrenos, teríamos muita competitividade”, diz Rodrigo Abbud, sócio-diretor da VBI.

 

No momento, nenhuma aquisição de loteadora está no radar da VBI, segundo Abbud. No segmento de lotes, a gestora de fundos – que também investe em shopping centers, escritórios, galpões e na área residencial – tem focados atenções em projetos e estruturação de dívida. A VBI está em via de assinar a compra de carteira de recebíveis R$ 60 milhões de loteadora que atua no Norte e no Nordeste. A intenção é estruturar certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e vender esses títulos no mercado. Em projetos, a VBI só fará aporte quando avaliar que há demanda, conforme Abbud.

 

O menor crescimento econômico se reflete na demanda por lotes, mas as vendas dos produtos continuam ocorrendo, segundo o sócio-fundador da gestora de fundos de private equity Hemisfério Sul Investimentos (HSI), Maximo Pinheiro Lima. A HSI controla a Cipasa Urbanismo – que representa 15% da carteira – e também participou da disputa por Alphaville. O executivo não informa quanto a HSI ofereceu pela loteadora e diz não estar de olho em aquisições.

 

Os planos de crescimento da Cipasa são expressivos. A projeção é que o Valor Geral de Vendas (VGV) dos projetos lançados pela loteadora, em 2013 e 2014, some R$ 1,2 bilhão (parcela própria) nos dois períodos juntos, ante os R$ 360 milhões do ano passado. Lima não demonstra preocupação com o aumento da concorrência. “Quem entrar hoje não vai ter o produto por muitos anos, vai demorar para chegar onde estamos.”

 

Como os loteamentos são, em geral, afastados das áreas centrais, a disputa por clientes na mesma região é menor, segundo o analista de construção civil da BES Securities, Eduardo Silveira. Ele afirma também que, devido aos valores médios dos terrenos inferiores aos que são destinados aos empreendimentos residenciais, há menos “ânsia” para girar o ativo, o que reduz a chance de excesso de oferta.

 

Trata-se de setor para “especialistas”, conforme o diretor superintendente da Damha Urbanizadora, José Paranhos. “O segmento de loteamentos demanda inteligência instalada muito grande. Não há linhas de financiamento estruturadas, e as aprovações são complicadas”, diz Paranhos. Segundo ele, a Damha vai encerrar o primeiro semestre com fatia de 60% a 65% da meta de lançamentos de R$ 700 milhões para o ano cumprida.

 

Em 2012, as incorporadoras Rodobens Negócios Imobiliários, MRV Engenharia e Rossi Residencial anunciaram a criação de loteadoras. A Cyrela Brazil Realty não criou uma empresa em separado, mas pretende aumentar a participação do segmento em seus negócios. Segundo o principal executivo da Cyrela em loteamentos, Marcelo Puntel, a estimativa é que o VGV próprio a ser lançado em 2013 some R$ 180 milhões, o triplo do ano passado. O VGV total esperado é de R$ 290 milhões.

 

A Cyrela lançou, no semestre, um projeto de lotes em Uberlândia (MG), de R$ 100 milhões, no qual tem 60% de participação, e outro na Região Metropolitana de Campinas, com VGV de R$ 130 milhões e a parcela da empresa de 30%. O primeiro foi totalmente vendido em cinco horas, e o segundo, em 25 dias. A Cyrela, que financia a compra de lotes, planeja securitizar os recebíveis.

 

Nesta semana, a JHSF apresentou a clientes loteamento no bairro Cidade Jardim, na zona Sul de São Paulo. O Bosque Cidade Jardim, ainda não lançado, tem 33 terrenos de 435 m2 a 1,139 mil m2. Em outro empreendimento da JHSF, o Fazenda Boa Vista, o segmento também tem ganhado participação. Nas novas fases do Boa Vista, os lotes responderão por 80% a 90% do VGV, e as vilas pelo restante, situação inversa a quando o projeto começou a ser lançado, em 2007.

 

Imóveis de alto padrão voltam a seduzir construtoras

 

Passada a fase de grandes investimentos ligados ao programa Minha Casa, Minha Vida, que fez muitas empresas apostarem forte em imóveis para a baixa renda, o segmento de alto padrão volta a seduzir construtoras e incorporadoras de peso, além de entrantes no mercado.

 

Fonte: O Estado de S. Paulo, 20 jun. 2013

 

De um lado, as empresas demonstram otimismo com o aumento da renda média dos brasileiros. De outro, readequam estratégias após lidarem com grandes estoques de imóveis para vender no segmento de baixa renda, frutos do cancelamento de contratos.

 

Os lançamentos dos imóveis de alto padrão – que chegam a superar R$ 10 mil por metro quadrado em alguns municípios – se concentram nas duas maiores cidades do País, onde a disputa por espaços é acirrada em bairros como Ipanema e Leblon, no Rio, e Moema, Jardins e Pinheiros, em São Paulo.

 

“A demanda por empreendimento de alto padrão ainda tem muito a crescer, por causa do visível aumento da renda no Brasil e do crescimento dessa fatia da população”, disse o vice-presidente financeiro da Cyrela, José Florêncio. Nos últimos cinco anos, o segmento representou, em média, 33% dos lançamentos da empresa.

 

A PDG Realty, que tradicionalmente tem nesses imóveis cerca de 15% de seus lançamentos, avalia expandir atuação, ingressando em Belo Horizonte e em Brasília com os imóveis de alta renda. “Existe plano para isso, sim, para o ano que vem”, disse o vice-presidente de incorporações, Antonio Guedes. A empresa ainda terá de adquirir terrenos para os projetos. “Ele (segmento de alta renda) é importante para agregar valor à marca, dá margens boas.”

 

A margem bruta do setor de alta renda é de 30% a 35%, enquanto os empreendimentos dentro do programa Minha Casa, Minha Vida é de 20% a 25%, de acordo com um analista que preferiu não ser identificado.

 

O otimismo de construtoras e incorporadoras com o setor contrasta com o ambiente econômico – o PIB brasileiro ruma para o terceiro ano de crescimento abaixo de 3%. Para as companhias, o ânimo se apoia no movimento de crescimento da renda das famílias e em números recentes do setor.

 

Segundo o Secovi-SP, o mercado de imóveis residenciais novos na capital paulista teve a maior alta de vendas e lançamentos para o mês de abril desde 2004, de 73,8% em relação a abril de 2012. A incorporadora americana Related Brasil, que chegou ao País em fevereiro de 2012, quando o boom imobiliário já dava sinais de estafa, lançará este ano dois empreendimentos residenciais em São Paulo com Valor Geral de Vendas de R$ 1,4 bilhão, cobrando de R$ 9 mil a R$ 18 mil pelo metro quadrado.

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Mercado Imobiliário 19/06/2013


Imóvel de alto padrão volta a seduzir construtoras

 

Segmento está voltando a seduzir construtoras e incorporadoras de peso, além de novas entrantes no mercado

Fonte: Reuters, 18 jun. 2013

Passada a fase de grandes investimentos ligados ao programa Minha Casa, Minha Vida, que fez muitas empresas apostarem forte em imóveis para a baixa renda, o segmento de alto padrão está voltando a seduzir construtoras e incorporadoras de peso, além de novas entrantes no mercado.

De um lado, as empresas demonstram otimismo com o aumento da renda média dos brasileiros. De outro, readequam estratégias após lidarem com grandes estoques de imóveis para vender no segmento de baixa renda, frutos do cancelamento de contratos.

Os lançamentos dos imóveis de alto padrão –que chegam a superar 10 mil reais por metro quadrado em alguns municípios– se concentram nas duas maiores cidades do país, onde a disputa por espaços é cada vez mais acirrada em bairros como Ipanema e Leblon, no Rio, e Moema, Jardins e Pinheiros, em São Paulo.

“A demanda por empreendimento de alto padrão ainda tem muito a crescer, devido ao visível aumento da renda no Brasil e ao crescimento desta fatia da população”, disse o vice-presidente financeiro da Cyrela, José Florêncio, sem mencionar números. Nos últimos cinco anos, o segmento representou, em média, 33 por cento dos lançamentos da empresa.

A PDG Realty, que tradicionalmente tem nesses imóveis cerca de 15 por cento de seus lançamentos, avalia inclusive expandir sua atuação, ingressando em Belo Horizonte e em Brasília com os imóveis de alta renda.

“Existe plano para isso, sim (…) para o ano que vem”, afirmou o vice-presidente de incorporações da PDG, Antonio Guedes, explicando que a empresa ainda terá que adquirir terrenos para os projetos.

“Ele (segmento de alta renda) é importante para agregar valor à marca, dá margens boas”, disse o executivo, sem revelar os números.

A margem bruta do setor de alta renda é de 30 a 35 por cento enquanto que os empreendimentos dentro do programa Minha Casa, Minha Vida é de 20 a 25 por cento, de acordo com um analista que preferiu não ser identificado.

O otimismo de construtoras e incorporadoras com o setor contrasta com o ambiente econômico –o PIB brasileiro ruma em 2013 para o terceiro ano seguido de crescimento abaixo de 3 por cento. Para as companhias, o ânimo se apoia no movimento de crescimento da renda das famílias e em números recentes do setor.

Segundo o Secovi-SP, o mercado de imóveis residenciais novos na capital paulista teve a maior alta de vendas e lançamentos para o mês de abril desde 2004, de 73,8 por cento em relação a abril de 2012. Não há dados específicos gerais sobre o desempenho por segmento.

A incorporadora norte-americana Related Brasil, que chegou ao país em fevereiro de 2012, quando o boom imobiliário já dava sinais de estafa, lançará este ano dois empreendimentos residenciais em São Paulo com Valor Geral de Vendas (VGV) de 1,4 bilhão de reais, cobrando entre 9 mil e 18 mil reais pelo metro quadrado.

“São Paulo é uma metrópole como qualquer outra do mundo, com número crescente de milionários, helicópteros e bancos de investimento”, disse o presidente da incorporadora, Daniel Citron.

A Related fechou uma parceria com a RealtON, especializada em venda de estoques de imóveis, que formará uma equipe exclusiva para vender os empreendimentos da incorporadora, contratando 40 corretores até julho. Esses profissionais custam cerca de três vezes mais do que a média do mercado, segundo o presidente da RealtON, Rogério Santos.

Há pouco mais de uma semana, a Gafisa vendeu 70 por cento da Alphaville, sua empresa de loteamentos urbanos de alto padrão, por cerca de 3 vezes e meia o seu valor patrimonial, numa demonstração do interesse crescente dos investidores por esse segmento. Ao mesmo tempo, de acordo com analistas do Bank of America Merrill Lynch, o consenso de mercado precificava a Gafisa em 0,8 vez o seu valor patrimonial.

Entre 2007 e 2012, os lançamentos de Alphaville aumentaram mais de quatro vezes, para 1,3 bilhão de reais, informou a Gafisa, que controlou a companhia neste período. Os compradores do controle da Alphaville foram as companhias de investimento Blackstone Real State e Pátria Investimentos.

TERRENOS MAIS CAROS E ESCASSOS

Os terrenos para o segmento de alta renda costumam ser de quatro a dez vezes mais caros do que os voltados para a média renda, enquanto os custos das obras tendem a ser no mínimo o dobro, de acordo com o vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP, Emílio Kallas.

Com a baixa disponibilidade de terrenos em áreas nobres, as empresas pagam mais caro pelas áreas, mas repassam os valores aos consumidores e ainda cobram a mais pelos lugares centrais.

“A gente precisa olhar 100 oportunidades (de terreno) para conseguir fazer um ou dois negócios”, diz Citron, da Related. “Mas as pessoas querem morar nessas regiões que estão perto de tudo e elas pagam por isso”, acrescentou.

Gafisa irá emitir debêntures para financiar término da aquisição da Alphaville

Junto com a venda da Alphaville, a empresa anunciou um acordo para aquisição de 20% remanescente do capital da Alphaville

Fonte: Infomoney, 18 jun. 2013

A Gafisa (GFSA3) e a Tenda anunciaram na última segunda-feira (17) a emissão de debêntures para o financiamento da aquisição dos 20% remanescentes de participação na Alphaville Urbanismo, vendida no início do mês. A diferença entre o volume da emissão de debêntures e o preço de compra será financiada por recursos próprios da empresa.

Em comunicado, a companhia informou que a oferta pública será restrita a 2.500 debêntures com valor principal de R$ 250 milhões. As debêntures serão remuneradas a uma taxa de 120% do CDI ao ano, com vencimento em até 24 meses, a contar da data de emissão, que será em 19 de junho. A Gafisa ressaltou que as debêntures não serão conversíveis em ações.

No último dia 7 de junho, a Gafisa anunciou um acordo com os sócios da Alphaville para finalizar a aquisição da participação remanescente de 20% no capital da Alphaville, pelo valor total de R$ 367 milhões. Na mesma data, também foi anunciada a venda da Alphaville para as empresas de private equity Blackstone e Pátria Investimentos.

Financiamento de imóveis de luxo cresce mais de 600% em cinco anos

Se considerado o volume de recursos para esses financiamentos, o avanço é ainda maior, chegando a 1.362%

Fonte: Infomoney, 18 jun. 2013

O número de imóveis de luxo comprados por meio de financiamentos cresceu 686% entre os anos de 2013 e 2009. A informação é de levantamento da Coelho da Fonseca, imobiliária especializada em imóveis de alto padrão.

Se considerado o volume de recursos para esses financiamentos, o avanço é ainda maior, chegando a 1.362% nos últimos cinco anos. De acordo com a empresa, mesmo clientes com condições de comprar o imóvel à vista e até aqueles com perfil mais conservador têm optado pelo financiamento.

“Um movimento que temos percebido é que o brasileiro deixou de associar financiamentos à falta de dinheiro e passou a enxergá-lo como uma modalidade de planejamento, com a viabilização de seus desejos e projetos, sem perda de dinheiro e sem abrir mão de liquidez (…) A baixa da taxa de juros, de 8,5% ao ano em média, é, sem dúvida alguma, um dos principais fatores para aumento nos financiamentos concedidos”, explica o diretor de financiamentos da imobiliária, Claudio Costa.

Valorização

O aumento no número de financiamentos também pode ser verificado em períodos menores de comparação. O total de empréstimos contraídos entre janeiro e março deste ano, por exemplo, foi 27% maior do que em igual período de 2012.

Para a empresa, este é um bom momento para quem deseja comprar imóveis financiados, visto que, na avaliação de Costa, “com a atual taxa de juros, qualquer valorização de 7% do imóvel já é suficiente para cobrir os juros pagos à instituição financeira.”

Lopes na ponta do lápis

Fonte: IstoÉ Dinheiro

O ano de 2012 foi menos favorável que o de 2011 para lançamentos imobiliários. O valor dos novos empreendimentos colocados à venda recuou R$ 7 bilhões. No entanto, apesar do cenário adverso, o volume de vendas da Lopes, que concentra 75% dos seus negócios no mercado primário, cresceu 4% por meio da diversificação. Ela direcionou mais esforços aos imóveis usados e ao atendimento ao incorporador. Na ponta do lápis, deu certo. Marcelo Leoni, CEO, falou com a DINHEIRO:

Quais foram as estratégias para lidar com um mercado primário menor de imóveis?

Uma das grandes apostas foi o mercado de usados. No ano passado, conseguimos fechar com a maior operação de imóveis usados do Brasil, com alta de mais de 20%. Só no primeiro trimestre, crescemos 17% nesse segmento. Para o resultado, apostamos em aquisições e no crescimento orgânico, aumentando nosso número de lojas e investindo na capacitação do pessoal.

Mesmo assim, o mercado primário ainda representa 75% das vendas da empresa?

Sempre fomos líderes no segmento de lançamentos e também fizemos algumas ações para manter os bons resultados, mesmo em um cenário mais difícil. Nesse sentido, focamos no serviço de atendimento ao cliente incorporador. As vendas intermediadas no mercado primário representaram R$ 14,4 bilhões das vendas contratadas em 2012, desempenho estável se comparado ao do ano anterior.

Quais são as estratégias para 2013?

Neste ano vamos reforçar nossas apostas anteriores. A meta é aprimorar o atendimento aos incorporadores, grandes e pequenos, e focar no crescimento da operação de usados, que hoje representa 25% de nossas vendas. Sabemos que há muito espaço para crescer. Além disso, queremos manter o crescimento da carteira da CrediPronto!, nossa joint venture com o Itaú, que em 2012 avançou 56%.

A Lopes concentra as atividades no Sul e no Sudeste, além de Brasília. Por quê?

Nosso forte é o segmento de média e alta renda, apesar de atuarmos, também, com imóveis de padrão popular. Por isso, focamos em regiões que permitam o crescimento desse tipo de empreendimento.

O preço do metro quadrado subirá mais?

Em São Paulo, os números da Embraesp já mostram que o valor do metro quadrado na cidade está mais estável. Daqui para a frente, essa será a tendência, com exceção, claro, de um bairro ou de outro.

Arte em construção

Fonte: IstoÉ Dinheiro

Para reduzir o impacto visual de suas obras, a incor­pora­dora Brookfield lançou o projeto Urban Gallery, que abre espaço para novos artistas fazerem interven­ções nos tapumes colocados em volta das construções. O designer gráfico Rica de Lucca é o primeiro a apresentar seu trabalho.

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Mercado Imobiliário 18/06/2013


Oferta de imóveis comerciais deve crescer menos do que 2012 em SP

Fonte: DCI, 18 jun. 2013

 

O volume de lançamento de imóveis comerciais AA (empreendimentos com alta classificação de infraestrutura) será menor este ano na comparação com ano passado. Segundo dados de pesquisa realizada pela administradora Herzog, a perspectiva é que este ano sejam entregues, na cidade de São Paulo, 489,5 mil metros (m²) quadrados desse modelo de empreendimento, 27,64% menos do que o lançado em 2012.

 

Para 2014, as novidades murcham ainda mais. O estudo aponta que ano que vem serão lançados 303,9 mil m², o que representa queda de 37,9% na comparação com as projeções feitas pela empresa para 2013.

 

“Há uma falta de terrenos latente na cidade de São Paulo. A mudança de gestão municipal, e a revisão do Plano Diretor da cidade poderá melhorar um pouco o estoque, mas nada que aumente muito a oferta de espaços”, disse André Guimarães Filho, professor de engenharia da Universidade São Paulo (USP).

 

Entre as regiões da cidade que ainda receberão novos empreendimentos, a Herzog destaca que a Berrini irá receber 28% dos lançamentos projetados até 2014, seguida pela região do Morumbi, que irá receber 24,2% dos empreendimentos. “Já a região da Marginal Pinheiros aparece em última no ranking, sem projeção de receber novas unidades”, dizia o estudo exclusivo.

 

“A região da Paulista, que receberá cerca de 3,93% dos novos escritórios é um caso claro da falta de terrenos na cidade. A região é um dos polos financeiros do Estado de São Paulo, mas o crescimento sem controle minou muitas oportunidades de negócios na região”, completa o acadêmico.

 

Antigos

 

Do total de escritórios em São Paulo, que somam 11,3 milhões de m², segundo a Herzog, 35% estão classificados como Classe C, ou seja, edifícios antigos, com padrões de baixa qualidade, sem ar condicionado central e sem vagas de estacionamento. “A maior concentração de edifícios enquadrados neste padrão estão na região central, onde 85% dos empreendimentos foram construídos há mais de 30 anos”, completava a análise da construtora.

 

Segundo dados da consultoria ITC, durante o primeiro trimestre do ano, foram investidos US$ 4,02 bilhões em obras comerciais, somando mais de 5,7 milhões de m² construídos. “Ao todo foram 442 obras durante os três primeiros meses do ano”, afirmou Viviane Guirao, diretora da consultoria.

 

Para Antonio Setin, presidente da Construtora Setin, empreendimentos com alto padrão de tecnologia fazem parte dos investimentos do grupo.

 

“A rentabilidade de empreendimentos comerciais é alta. Um bom negócio para as construtoras são os lançamentos que mesclam torres comerciais, residenciais e até uma unidade hoteleira”, disse.

 

A Setin, que está com diversos projetos de lançamentos neste porte, inclusive um na capital, segue procurando novas opções. “Há lugares em São Paulo que ainda contam com oportunidades de negócio. É preciso procurar com calma, mas há”.

 

Já para Guilherme Rossi, presidente da GR Properties um dos caminhos a seguir para driblar a falta de terrenos é recorrer para as regiões próximas à capital. “Procuramos oportunidades em cidades da Grande São Paulo”, diz.

 

A empresa, especializada em condomínios logísticos, captou este ano R$ 107,3 milhões por meio do GR Louveira Fundo de Investimento Imobiliário. O aporte será voltado para construção do condomínio logístico que ficará entre Campinas e Jundiaí.

 

Taxa de vacância

 

A taxa de vacância (relação entre o volume de imóveis disponíveis e o volume total existente) de edifícios comerciais de alto padrão na cidade de São Paulo registrou aumento de 50% no segundo semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Herzog Imóveis Industriais e Comerciais – especializada na administração e comercialização.

 

Segundo o estudo, o aumento da vacância se deve ao considerável volume de novos empreendimentos entregues em 2012.

 

Segundo Simone Santos, diretora de serviços corporativos da Herzog, entre os principais fatores que impulsionaram esse dado está a grande oferta de empreendimentos, e um cenário mundial de pisada no freio.

 

Segundo o estudo, o valor médio de locação destes empreendimentos apresentou uma sensível redução, passando de uma média de R$ 120 por metro quadrado, no primeiro semestre, para R$ 118 por metro quadrado, no segundo semestre.

 

“Esse dado abre espaço para negociação entre proprietário e ocupante, favorecendo este último em firmações de novos contratos e durante revisionais, que podem ser requeridas a cada três anos”, diz Simone.

 

Debêntures da Tenda

Fonte: Valor Econômico, 18 jun. 2013

 

O conselho de administração da Tenda aprovou a segunda emissão de debêntures simples, com valor total de R$ 250 milhões, distribuídos em série única, com 2,5 mil papéis. Os recursos obtidos com a operação serão utilizados como parte do pagamento de R$ 367 milhões por 20% do capital social de Alphaville Urbanismo aos antigos donos da loteadora. O restante será pago aos antigos proprietários de Alphaville com recursos do caixa da Gafisa. Posteriormente, haverá a conclusão da operação de venda de 70% da Alphaville para as gestoras de private equity Blackstone e Pátria Investimentos, fechada no início do mês. Ao comentar a operação de venda de Alphaville, o presidente da Gafisa, Duilio Calciolari, informou que os recursos da venda entrariam no caixa da incorporadora em 90 dias e que o pagamento aos antigos donos da loteadora seriam feitos em 60 dias. Na ocasião, Calciolari disse que, se a Gafisa não tiver recebido os recursos da venda de Alphaville nesse prazo, utilizaria seu caixa para realizar o pagamento. As debêntures terão prazo de vigência de 24 meses, com a amortização integral no vencimento, em 19 de junho de 2015.

 

Caixa negocia R$ 14 bi no Feirão da Casa Própria, alta de 13,3%

Fonte: Estadão, 18 jun. 2013

 

Evento foi realizado em 13 cidades e recebeu 407 mil visitantes; banco manterá as condições de financiamento até 30 de junho em suas agências

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O Feirão da Casa Própria da Caixa Econômica Federal registrou R$ 14 bilhões em negócios neste ano. Segundo o banco estatal, o valor representa crescimento de 13,3% em relação ao de 2012.

 

O Feirão acabou no último fim de semana, mas a instituição informou que irá manter as condições de financiamento para empréstimos contratados até 30 de junho em suas agências, que terão carência de pagamento da primeira prestação até janeiro de 2014.

 

De acordo com o diretor executivo de Habitação da Caixa, Teotônio Rezende, o resultado do Feirão reflete a oportunidade que o evento proporciona de reunir em um mesmo lugar ofertas nas condições de financiamento, diversas opções de imóveis, construtoras, imobiliárias e parceiros.

 

Conforme a Caixa, o 9º Feirão visitou 13 cidades e recebeu 407 mil visitantes.

 

Cetip lança plataforma de crédito imobiliário

 

Fonte: Valor, 18 jun. 2013

 

Uma plataforma eletrônica para conectar bancos e avaliadores de imóveis dados em garantia de financiamentos. Esse é o primeiro resultado da aguardada incursão da Cetip na prestação de serviços para o mercado de crédito imobiliário. A modalidade, que cresceu mais de oito vezes desde 2007 e encerrou abril com saldo de R$ 327 bilhões, de acordo com dados do Banco Central, lidera o crescimento do crédito brasileiro.

 

O lançamento do sistema, criado em parceria com a empresa de tecnologia americana FNC, ocorre nesta terça-feira. O Itaú Unibanco é o primeiro cliente a operar a plataforma, que inicialmente contemplará operações de financiamento a pessoas físicas.

 

O objetivo é facilitar o contato entre bancos e avaliadores, reduzindo o prazo de concessão do crédito. “Como o cliente costuma ter proposta em mais de um banco quando vai comprar um imóvel, a briga por tempo é muito importante”, afirma Roberto Dagnoni, vice-presidente da unidade de financiamentos da Cetip. A empresa espera reduzir pela metade o prazo da etapa de avaliação do imóvel, que hoje leva, em média, dez dias.

 

Na linha de produção do crédito imobiliário, o avaliador atua depois que o banco analisou o perfil do tomador e aprovou o empréstimo. Dado esse sinal verde, a instituição parte para a avaliação do imóvel dado como garantia, feita geralmente por profissionais terceirizados, autônomos ou de empresas especializadas. É nessa segunda fase que a Cetip atuará.

 

A avaliação da garantia é um ponto crítico no financiamento imobiliário. Primeiro, porque determina se o imóvel está dentro do limite de R$ 500 mil para que os bancos emprestem com recursos captados na poupança. Segundo, como o empréstimo é de longo prazo e de tíquete alto, flutuações no valor da garantia podem mudar o risco da operação. Se o imóvel valorizar, por exemplo, o crédito fica mais seguro.

 

A escolha da Cetip por atuar na fase de avaliação não foi casual. “Trata-se de uma etapa rica em dados, quando aproximadamente 300 campos de informação sobre o imóvel são preenchidos”, diz Mauro Negrete, diretor-executivo de operações e tecnologia da companhia. Como o processo de avaliação exige geralmente a comparação entre o imóvel avaliado e outros similares, a Cetip espera rapidamente criar um banco de dados de avaliações. Algo que poderia ser usado para corrigir erros de avaliadores e criar índices de preços.

 

Atualmente, embora exista uma padronização mínima, o procedimento de avaliação de imóveis varia muito de banco para banco. A comunicação entre instituições e avaliadores é feita de diversas formas, de e-mails a relatórios em papel, o que dificulta a recuperação dos documentos. Cada avaliação custa, em média, R$ 400, apurou o Valor com um banco.

 

A entrada da Cetip na área imobiliária é esperada desde a aquisição da GRV, empresa responsável pelo registro de restrições financeiras (gravames) de veículos financiados, no fim de 2010. Em outubro do ano passado, veio a parceria com a FNC, fornecedora de tecnologia para o setor imobiliário nos Estados Unidos. Lá, a FNC processa mensalmente cerca de 450 mil avaliações de crédito, o equivalente ao total de imóveis financiados em um ano no Brasil.

 

O projeto de atuação na área de financiamento imobiliário ganhou ainda mais apelo a partir da Resolução nº 4088 do Conselho Monetário Nacional (CMN), editada em maio, ainda sem regulamentação. A norma determina que todos os bancos serão obrigados a registrar os contratos de financiamentos de imóveis em um sistema autorizado pelo BC. A expectativa é que o cruzamento dos dados dos contratos de financiamentos e das avaliações permitam aos bancos obter, a qualquer momento, a relação entre o valor do crédito e do imóvel dado em garantia, algo que a Cetip já possibilita no financiamento de veículos.

 

Os executivos da Cetip não falam sobre a expectativa de receita com o sistema. Mas dizem que a conexão entre bancos e avaliadores é apenas a primeira parte do projeto imobiliário. Segundo Dagnoni, a companhia segue em contato com os cartórios para trabalhar em uma ferramenta que permita o registro eletrônico dos contratos de financiamentos.

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Mercado Imobiliário 17/06/2013


Brookfield precisa gerar caixa para dar guinada

Fonte: Valor Econômico, 17 jun. 2013

 

A Brookfield Incorporações precisa começar a gerar caixa para reduzir seu endividamento e conseguir dar uma guinada na sua situação financeira. A incorporadora estima obter essa condição no quarto trimestre, como resultado das entregas e dos repasses projetados para este ano. A empresa tem expectativa de ser geradora de caixa em 2014, 2015 e 2016, disse em entrevista ao Valor o presidente da Brookfield, Nicholas Reade.

 

A Brookfield tem como meta de entregas o patamar de 20 mil a 25 mil unidades neste ano, com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 3,5 bilhões a R$ 4 bilhões e espera dobrar o volume de repasses. Em 2012, os recebíves dos clientes transferidos para os bancos somaram R$ 834 milhões. A companhia tem buscado antecipar esse etapa, que é fundamental para a entrada de recursos nas incorporadoras.

 

No fim do primeiro trimestre, a relação entre dívida líquida e patrimônio líquido da Brookfield era de 106,8%. Conforme Reade, o pico do consumo de caixa é esperado para o segundo trimestre. Isso tende a elevar a alavancagem no período. Para o terceiro trimestre, a empresa espera consumo neutro e manutenção da alavancagem.

 

Embora a companhia projete gerar caixa a partir do quarto trimestre, analistas avaliam que esse início poderá demorar mais, pois a empresa terá forte consumo de caixa para entregar as unidades previstas e por causa da defasagem entre a conclusão de um projeto e a entrada dos recursos decorrentes do repasse.

 

“A chance de a Brookfield gerar caixa no quarto trimestre é muito pequena”, diz o analista da Gradual Investimentos, Flávio Conde. O analista da BES Securities, Eduardo Silveira, afirma esperar que a empresa queime caixa no segundo e terceiro trimestres, e tenha consumo neutro no quarto. O mercado inclui a Brookfield no grupo das incorporadoras que ainda não tiveram seu processo de guinada, composto também por PDG Realty, Rossi Residencial e Gafisa.

 

Entre as empresas desse grupo, a Brookfield tem preferência relativa do BES, por ser a que tem “acionista controlador mais sólido”, tíquete médio superior e menor diversificação geográfica, de acordo com Silveira.

 

No mercado, há quem espere que a companhia possa lançar mão de novo aumento de capital para reduzir seu endividamento, mas, segundo Reade, a operação não faria sentido, por causa do esperado começo de geração de caixa. “Ninguém faz um aumento de capital para as necessidades de quatro meses”, diz o executivo.

 

Segundo Reade, o tamanho da Brookfield está equacionado. A meta da empresa é vender de R$ 3 bilhões a R$ 3,5 bilhões neste ano, o que pode significar queda de 10% a crescimento de 4%, ante os R$ 3,36 bilhões registrados em 2013. Segundo o presidente da empresa, não é necessário comprar terrenos, em 2013, para cumprir a meta de vendas.

 

A Brookfield, que lançou R$ 3,07 bilhões no ano passado, não tem guidance para 2013. Conforme Reade, a companhia tem condições de lançar R$ 3 bilhões neste ano. “Mas, se vamos chegar a esse valor, é outra coisa”, diz. Uma redução do volume de lançamentos não resolveria o problema do endividamento atual da empresa, segundo ele. “Se estivéssemos preocupados com o endividamento em 2015, colocaríamos o pé no freio agora”, diz Reade.

 

Na avaliação do presidente da Brookfield, o maior desafio da companhia é a execução. A empresa tem sido mais rigorosa na definições da compra de terrenos e do momento de lançar projetos. Mas suas margens continuam pressionadas pelos ajustes de custos realizados em 2012 e pelos projetos antigos, menos rentáveis.

 

No segundo trimestre, a Brookfield poderá apresentar ajustes de orçamentos superiores aos do terceiro e do quarto trimestres de 2012, à medida que nenhuma revisão foi feita nos três primeiros meses do ano, quando a empresa deu início à implantação de sistemas de orçamento mais focado na contabilidade.

 

No terceiro trimestre de 2012, os ajustes de orçamento somaram R$ 16,9 milhões e, no quarto trimestre, R$ 22 milhões. No segundo trimestre do ano passado, a empresa revisou todos os seus projetos, com ajuste de orçamento de R$ 316,9 milhões. A partir daí, adotou mudanças em sistemas e procedimentos nas revisões periódicas de orçamento.

 

Conforme Reade, caso a revisão de custos trimestral fique na casa dos R$ 20 milhões, corresponderá a R$ 80 milhões no ano, o que representa 1% do custo total de obras, incorrido e a incorrer.

 

Como parte da estratégia já divulgada de aumentar o giro de seus ativos, a Brookfield contratou os serviços da empresa do ex-presidente da Rodobens Negócios Imobiliários, Eduardo Gorayeb, para definir alternativas para os terrenos que possui no bairro de Tamboré, em Barueri (SP). As áreas de Tamboré correspondem a cerca de um terço do VGV potencial estimado do banco de terrenos da Brookfield.

 

A Eduardo Gorayeb Negócios Imobiliários oferecerá consultoria para acelerar a destinação desses terrenos. A Brookfield poderá vender áreas ou atuar como permutante do terreno para alguma incorporadora que tenha interesse em desenvolver projeto no local. O contrato com a empresa de Gorayeb é de um ano e pode ser renovado.

 

Setor de construção civil crescerá 2,9% em 2013, projeta consultoria

Fonte: Folha, 17 jun. 2013

 

Alavancada pelo segmento de infraestrutura, a indústria da construção civil deve ter alta de 2,9% neste ano e de 3,9% em 2014, segundo projeções da consultoria LCA.

 

“A construção pesada deve ser impulsionada pelos estímulos para investimentos que os Estados do país receberam”, afirma o economista Fernando Sampaio, sócio da empresa.

 

“Com o relaxamento do teto de endividamento que o governo federal concedeu, os Estados não vão desperdiçar a oportunidade [de realizar novas obras], inclusive porque temos eleições no próximo ano”, acrescenta.

 

As linhas de financiamento do BNDES também devem estimular o segmento, de acordo com Sampaio.

 

Para a área imobiliária, no entanto, a expectativa é de expansão moderada. “A euforia de 2010 não vai voltar. O crédito está desacelerando”, diz.

 

Com o desaquecimento da construção no último ano (alta de 1,4% ante 3,6% em 2011 e 11,6% em 2010), os preços dos produtos ligados ao setor também estão crescendo em ritmo menor.

 

A consultoria prevê que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) fique em 6,5% em 2013. No ano passado, ele registrou 7,1%.

 

Ainda em 2013, o preço da mão de obra deve subir (6,6%) um pouco mais que o dos materiais (6,3%).

 

Em 2014, a tendência é que a situação se inverta e que os salários aumentem 4,8%, enquanto os materiais alcancem os 7%.

 

Para 2015, as projeções são desanimadoras: crescimento de 0,9% no PIB da construção: “Aí teremos um período de ressaca eleitoral.”

 

Construção deve voltar a ajudar economia no 2º trimestre

Fonte: Valor Econômico, 17 jun. 2013

 

A atividade econômica do setor de construção civil deu sinais de reaquecimento em abril e maio e deve exercer influência positiva sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, na avaliação de economistas e entidades do setor ouvidas pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.

 

Cálculos da LCA Consultores apontam que a construção civil deve registrar expansão de 3,9% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Se tal projeção se confirmar, segundo a LCA, o setor contribuirá com 0,2 ponto percentual para o crescimento da economia brasileira projetado pela LCA, que é de 1,2% ante o ante o trimestre anterior. O bom desempenho ocorre após o setor recuar 0,1% no primeiro trimestre de 2013 sobre o período imediatamente anterior. Na ocasião, a construção pesou negativamente em 0,01 para o fraco aumento de 0,6% do PIB do Brasil.

 

A reação esperada, no entanto, não deve garantir, neste ano, um resultado comparável ao de 2010, período considerado como “dos sonhos” pelo segmento. Naquele ano, após a crise financeira de 2009, o PIB da construção civil cresceu 11,6%, embalado por ações como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida. Entidades do setor, como Sinduscon-SP e Secovi-SP, têm dúvidas de que a aceleração se sustentará ao longo do ano.

 

Em 2013, a construção civil, que abrange os setores imobiliário e obras de infraestrutura, voltou a receber incentivo do governo federal: em 1º de abril entrou em vigor a desoneração da folha de pagamento de empresas do segmento, o que já se refletiu na queda dos preços: o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) mostrou deflação de 5,12% em maio.

 

A indicação de avanço da atividade da construção veio dos dados de abril divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostraram alta de 18,4% na produção de bens de capital para a construção, como gruas, guindastes e outras máquinas, sobre o mesmo mês do ano passado.

 

Além disso, a produção de materiais de construção, medida no indicador de produção de insumos básicos para a construção, cresceu 9,7% registrando a expansão mais intensa desde fevereiro de 2011, na mesma comparação. De janeiro a abril, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), as vendas cresceram 4,7% em relação ao mesmo período de 2012, “em função de um aumento acentuado nas vendas de materiais de construção em abril”, que subiram 14,2% sobre abril do ano passado, e 0,3% sobre março.

 

A expectativa para o restante do segundo trimestre é de mais aquecimento. A Abramat antevê que “maio será melhor que abril, e junho será parecido com maio”, diz Walter Cover, presidente da entidade, que reúne 50 fabricantes de materiais de construção.

 

Os dados abrem espaço para uma melhora na perspectiva de atividade para o setor. Para Ana Maria Castelo, consultora da Fundação Getulio Vargas (FGV), os dados de abril mostram o setor “tirando o pé do freio” nos investimentos. “Depois de um trimestre ruim, a produção de materiais de construção sinaliza que o pior já ficou para trás.”

 

Desde 2011, o ritmo de contratações com carteira no setor de construção cai mensalmente. A criação de vagas, que crescia a um ritmo de 9,3% em abril do ano passado, na comparação com o ano anterior, perdeu ritmo e cresceu apenas 1,2% em abril deste ano contra abril de 2012, segundo dados do Ministério do Trabalho elaborados pela FGV. “A taxa de crescimento do emprego na construção diminuiu e de janeiro a abril houve queda de 30% no saldo de contratações. Mas em nenhum momento o setor deixou de contratar”, diz Ana Maria.

 

A exceção foi o segmento imobiliário, um dos principais do setor de construção que, influenciado pela queda nas vendas, passou a demitir mais do que contratar a partir do segundo semestre de 2012. Desde janeiro, contudo, o segmento voltou a contratar, mas não recuperou o patamar de 2012. Para Ana Maria, o indicativo de que o mercado imobiliário voltará a ter saldo positivo de emprego na economia é a melhora do ânimo dos empresários do segmento, que vinha piorando ininterruptamente desde março do ano passado e esboçou reação em abril e maio.

 

A confiança dos empresários do segmento de construção de edifícios e obras civis, medida pela FGV, teve a segunda melhora consecutiva na média trimestral em maio ao atingir 121,8 pontos, acima dos 120,3 de abril. O resultado ainda é 5,7% menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, mas já mostra uma trajetória de recuperação gradual.

 

A mudança de humor dos empresários do setor imobiliário se deu quando, após um 2012 de encolhimento nas vendas e lançamentos, os negócios voltaram a crescer em alguns grandes centros, como Porto Alegre e São Paulo. “Esse movimento não é disseminado, no Nordeste ainda não se recuperou, por exemplo”, diz a consultora da FGV.

 

Na região metropolitana de São Paulo, que junto com o Rio de Janeiro abarca quase metade do mercado imobiliário do país, o número de lançamentos imobiliários cresceu 43,9% no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, enquanto o número de vendas aumentou 27,1%, segundo os números do Secovi-SP. A retomada continuou no mês seguinte: em abril foi registrado o maior número de lançamentos imobiliários para o mês desde 2004, informou o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.

 

Para o Sindicato da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP), o aumento dos investimentos para a construção civil observado em abril não representa necessariamente uma tendência de aceleração que perdurará ao longo de 2013. “Construção civil é como um transatlântico, que não dobra a esquina. Quem dobra a esquina é bem de consumo, não o setor de construção. Na hora de acelerar a produção, você não acelera quando quer, e na hora de parar você também não para”, afirmou o vice-presidente da entidade, Eduardo Zaidan, que prevê que o setor cresça 3,5% este ano, ritmo similar ao de 2012.

 

Assinatura 11e12