Mercado Imobiliário 19/06/2013


Imóvel de alto padrão volta a seduzir construtoras

 

Segmento está voltando a seduzir construtoras e incorporadoras de peso, além de novas entrantes no mercado

Fonte: Reuters, 18 jun. 2013

Passada a fase de grandes investimentos ligados ao programa Minha Casa, Minha Vida, que fez muitas empresas apostarem forte em imóveis para a baixa renda, o segmento de alto padrão está voltando a seduzir construtoras e incorporadoras de peso, além de novas entrantes no mercado.

De um lado, as empresas demonstram otimismo com o aumento da renda média dos brasileiros. De outro, readequam estratégias após lidarem com grandes estoques de imóveis para vender no segmento de baixa renda, frutos do cancelamento de contratos.

Os lançamentos dos imóveis de alto padrão –que chegam a superar 10 mil reais por metro quadrado em alguns municípios– se concentram nas duas maiores cidades do país, onde a disputa por espaços é cada vez mais acirrada em bairros como Ipanema e Leblon, no Rio, e Moema, Jardins e Pinheiros, em São Paulo.

“A demanda por empreendimento de alto padrão ainda tem muito a crescer, devido ao visível aumento da renda no Brasil e ao crescimento desta fatia da população”, disse o vice-presidente financeiro da Cyrela, José Florêncio, sem mencionar números. Nos últimos cinco anos, o segmento representou, em média, 33 por cento dos lançamentos da empresa.

A PDG Realty, que tradicionalmente tem nesses imóveis cerca de 15 por cento de seus lançamentos, avalia inclusive expandir sua atuação, ingressando em Belo Horizonte e em Brasília com os imóveis de alta renda.

“Existe plano para isso, sim (…) para o ano que vem”, afirmou o vice-presidente de incorporações da PDG, Antonio Guedes, explicando que a empresa ainda terá que adquirir terrenos para os projetos.

“Ele (segmento de alta renda) é importante para agregar valor à marca, dá margens boas”, disse o executivo, sem revelar os números.

A margem bruta do setor de alta renda é de 30 a 35 por cento enquanto que os empreendimentos dentro do programa Minha Casa, Minha Vida é de 20 a 25 por cento, de acordo com um analista que preferiu não ser identificado.

O otimismo de construtoras e incorporadoras com o setor contrasta com o ambiente econômico –o PIB brasileiro ruma em 2013 para o terceiro ano seguido de crescimento abaixo de 3 por cento. Para as companhias, o ânimo se apoia no movimento de crescimento da renda das famílias e em números recentes do setor.

Segundo o Secovi-SP, o mercado de imóveis residenciais novos na capital paulista teve a maior alta de vendas e lançamentos para o mês de abril desde 2004, de 73,8 por cento em relação a abril de 2012. Não há dados específicos gerais sobre o desempenho por segmento.

A incorporadora norte-americana Related Brasil, que chegou ao país em fevereiro de 2012, quando o boom imobiliário já dava sinais de estafa, lançará este ano dois empreendimentos residenciais em São Paulo com Valor Geral de Vendas (VGV) de 1,4 bilhão de reais, cobrando entre 9 mil e 18 mil reais pelo metro quadrado.

“São Paulo é uma metrópole como qualquer outra do mundo, com número crescente de milionários, helicópteros e bancos de investimento”, disse o presidente da incorporadora, Daniel Citron.

A Related fechou uma parceria com a RealtON, especializada em venda de estoques de imóveis, que formará uma equipe exclusiva para vender os empreendimentos da incorporadora, contratando 40 corretores até julho. Esses profissionais custam cerca de três vezes mais do que a média do mercado, segundo o presidente da RealtON, Rogério Santos.

Há pouco mais de uma semana, a Gafisa vendeu 70 por cento da Alphaville, sua empresa de loteamentos urbanos de alto padrão, por cerca de 3 vezes e meia o seu valor patrimonial, numa demonstração do interesse crescente dos investidores por esse segmento. Ao mesmo tempo, de acordo com analistas do Bank of America Merrill Lynch, o consenso de mercado precificava a Gafisa em 0,8 vez o seu valor patrimonial.

Entre 2007 e 2012, os lançamentos de Alphaville aumentaram mais de quatro vezes, para 1,3 bilhão de reais, informou a Gafisa, que controlou a companhia neste período. Os compradores do controle da Alphaville foram as companhias de investimento Blackstone Real State e Pátria Investimentos.

TERRENOS MAIS CAROS E ESCASSOS

Os terrenos para o segmento de alta renda costumam ser de quatro a dez vezes mais caros do que os voltados para a média renda, enquanto os custos das obras tendem a ser no mínimo o dobro, de acordo com o vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP, Emílio Kallas.

Com a baixa disponibilidade de terrenos em áreas nobres, as empresas pagam mais caro pelas áreas, mas repassam os valores aos consumidores e ainda cobram a mais pelos lugares centrais.

“A gente precisa olhar 100 oportunidades (de terreno) para conseguir fazer um ou dois negócios”, diz Citron, da Related. “Mas as pessoas querem morar nessas regiões que estão perto de tudo e elas pagam por isso”, acrescentou.

Gafisa irá emitir debêntures para financiar término da aquisição da Alphaville

Junto com a venda da Alphaville, a empresa anunciou um acordo para aquisição de 20% remanescente do capital da Alphaville

Fonte: Infomoney, 18 jun. 2013

A Gafisa (GFSA3) e a Tenda anunciaram na última segunda-feira (17) a emissão de debêntures para o financiamento da aquisição dos 20% remanescentes de participação na Alphaville Urbanismo, vendida no início do mês. A diferença entre o volume da emissão de debêntures e o preço de compra será financiada por recursos próprios da empresa.

Em comunicado, a companhia informou que a oferta pública será restrita a 2.500 debêntures com valor principal de R$ 250 milhões. As debêntures serão remuneradas a uma taxa de 120% do CDI ao ano, com vencimento em até 24 meses, a contar da data de emissão, que será em 19 de junho. A Gafisa ressaltou que as debêntures não serão conversíveis em ações.

No último dia 7 de junho, a Gafisa anunciou um acordo com os sócios da Alphaville para finalizar a aquisição da participação remanescente de 20% no capital da Alphaville, pelo valor total de R$ 367 milhões. Na mesma data, também foi anunciada a venda da Alphaville para as empresas de private equity Blackstone e Pátria Investimentos.

Financiamento de imóveis de luxo cresce mais de 600% em cinco anos

Se considerado o volume de recursos para esses financiamentos, o avanço é ainda maior, chegando a 1.362%

Fonte: Infomoney, 18 jun. 2013

O número de imóveis de luxo comprados por meio de financiamentos cresceu 686% entre os anos de 2013 e 2009. A informação é de levantamento da Coelho da Fonseca, imobiliária especializada em imóveis de alto padrão.

Se considerado o volume de recursos para esses financiamentos, o avanço é ainda maior, chegando a 1.362% nos últimos cinco anos. De acordo com a empresa, mesmo clientes com condições de comprar o imóvel à vista e até aqueles com perfil mais conservador têm optado pelo financiamento.

“Um movimento que temos percebido é que o brasileiro deixou de associar financiamentos à falta de dinheiro e passou a enxergá-lo como uma modalidade de planejamento, com a viabilização de seus desejos e projetos, sem perda de dinheiro e sem abrir mão de liquidez (…) A baixa da taxa de juros, de 8,5% ao ano em média, é, sem dúvida alguma, um dos principais fatores para aumento nos financiamentos concedidos”, explica o diretor de financiamentos da imobiliária, Claudio Costa.

Valorização

O aumento no número de financiamentos também pode ser verificado em períodos menores de comparação. O total de empréstimos contraídos entre janeiro e março deste ano, por exemplo, foi 27% maior do que em igual período de 2012.

Para a empresa, este é um bom momento para quem deseja comprar imóveis financiados, visto que, na avaliação de Costa, “com a atual taxa de juros, qualquer valorização de 7% do imóvel já é suficiente para cobrir os juros pagos à instituição financeira.”

Lopes na ponta do lápis

Fonte: IstoÉ Dinheiro

O ano de 2012 foi menos favorável que o de 2011 para lançamentos imobiliários. O valor dos novos empreendimentos colocados à venda recuou R$ 7 bilhões. No entanto, apesar do cenário adverso, o volume de vendas da Lopes, que concentra 75% dos seus negócios no mercado primário, cresceu 4% por meio da diversificação. Ela direcionou mais esforços aos imóveis usados e ao atendimento ao incorporador. Na ponta do lápis, deu certo. Marcelo Leoni, CEO, falou com a DINHEIRO:

Quais foram as estratégias para lidar com um mercado primário menor de imóveis?

Uma das grandes apostas foi o mercado de usados. No ano passado, conseguimos fechar com a maior operação de imóveis usados do Brasil, com alta de mais de 20%. Só no primeiro trimestre, crescemos 17% nesse segmento. Para o resultado, apostamos em aquisições e no crescimento orgânico, aumentando nosso número de lojas e investindo na capacitação do pessoal.

Mesmo assim, o mercado primário ainda representa 75% das vendas da empresa?

Sempre fomos líderes no segmento de lançamentos e também fizemos algumas ações para manter os bons resultados, mesmo em um cenário mais difícil. Nesse sentido, focamos no serviço de atendimento ao cliente incorporador. As vendas intermediadas no mercado primário representaram R$ 14,4 bilhões das vendas contratadas em 2012, desempenho estável se comparado ao do ano anterior.

Quais são as estratégias para 2013?

Neste ano vamos reforçar nossas apostas anteriores. A meta é aprimorar o atendimento aos incorporadores, grandes e pequenos, e focar no crescimento da operação de usados, que hoje representa 25% de nossas vendas. Sabemos que há muito espaço para crescer. Além disso, queremos manter o crescimento da carteira da CrediPronto!, nossa joint venture com o Itaú, que em 2012 avançou 56%.

A Lopes concentra as atividades no Sul e no Sudeste, além de Brasília. Por quê?

Nosso forte é o segmento de média e alta renda, apesar de atuarmos, também, com imóveis de padrão popular. Por isso, focamos em regiões que permitam o crescimento desse tipo de empreendimento.

O preço do metro quadrado subirá mais?

Em São Paulo, os números da Embraesp já mostram que o valor do metro quadrado na cidade está mais estável. Daqui para a frente, essa será a tendência, com exceção, claro, de um bairro ou de outro.

Arte em construção

Fonte: IstoÉ Dinheiro

Para reduzir o impacto visual de suas obras, a incor­pora­dora Brookfield lançou o projeto Urban Gallery, que abre espaço para novos artistas fazerem interven­ções nos tapumes colocados em volta das construções. O designer gráfico Rica de Lucca é o primeiro a apresentar seu trabalho.

Assinatura 11e12

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