Mercado Imobiliário 18/11/2015


Black Friday dos imóveis promete descontos de até 50%

Fonte: O Estado de S. Paulo, 18 nov. 2015

 

Construtoras e incorporadoras pegam carona nas ações do varejo, mas juros altos e financiamento escasso

podem não compensar o abatimento

 

Com as vendas em queda e de olho no 13º salário, o setor imobiliário decidiu pegar carona nas ações do varejo e entrou de vez na Black Friday. A megaliquidação, inspirada no evento dos Estados Unidos, está marcada apenas para o dia 27 de novembro, mas construtoras e incorporadoras já anteciparam as ofertas.

 

Parte das empresas montou plantões online, com vendedores especializados e prontos para fechar quase toda a compra virtualmente. Os descontos prometidos nos “black feirões” chegam a 50%, mas a maioria fica bem abaixo disso e é preciso atenção aos custos dos

financiamentos.

 

Antes de aproveitar as ofertas, é necessário ter o financiamento pré­aprovado pelo banco, pois nem todas as construtoras fazem avaliações de crédito na hora da venda. “Caso o banco não aprove o pedido depois da compra, o consumidor pode ter dificuldades para resgatar o dinheiro pago antecipadamente à empresa”, afirma Marcelo Tapai, advogado especialista em direito imobiliário.

Para as empresas, o momento é de unir forças. Pela primeira vez, grandes representantes do setor lançaram uma plataforma única de ofertas. Batizado de Feirão Black Friday do Brasil, o site reúne cem empreendimentos das construtoras Eztec, PDG, Tecnisa e Camargo Corrêa. Os descontos valem para diversas partes do País, mas se concentram na região do ABC e na capital paulista.

 

“Esperamos gerar R$ 350 milhões em oportunidades de negócios”, diz Victor Vieira, diretor de marketing do evento. O maior desconto do feirão, que vai até o dia 29 de novembro, é de R$ 364 mil em um apartamento da Camargo Corrêa em Curitiba ­ o que representa um abatimento de 30%.

 

Apesar da ação conjunta, a , com descontos de até 40% até o final do mês. Para driblar a escassez de crédito, a construtora financia os imóveis diretamente com os clientes, em até 120 meses. Mas isso só vale para as unidades comerciais. No caso das residenciais, a empresa garante a devolução completa do valor pago caso o financiamento não seja aprovado pelo banco.

 

Cuidados. Mas os especialistas alertam: não existe negócio imperdível que justifique a compra por emoção, é necessário um planejamento financeiro criterioso. Quanto maior a entrada, por exemplo, melhor para o bolso, já que o pagamento de juros será menor. O consumidor também não deve comprometer mais de 30% da renda líquida mensal (já descontados os impostos) com todas as dívidas, incluindo a imobiliária. Para quem precisa de muito crédito, o especialista em finanças Rafael Seabra destaca o que chama de ilusão dos preços menores. “Como o financiamento imobiliário tem prazo muito longo e estamos com uma taxa de juros bem maior do que há três anos, o preço final às vezes não muda muito (nessa base de comparação).”

 

Além do endividamento, é preciso atenção ao movimento dos preços. Segundo cálculos do pesquisador Eduardo Zylberstajn, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os valores já voltaram ao patamar de 2012. “E acredito que ainda há um ajuste (para baixo) a ser feito, mas nada drástico.” Ele lembra que os juros altos são um incentivo para adiar a compra e deixar o dinheiro rendendo. Para o negócio valer a pena com uma Selic de 14,25% ao ano, portanto, os descontos devem ser superiores a 10%.

 

A campeã das ofertas é a , plataforma que conecta incorporadoras a clientes. As promoções vão até o dia 30, em mais de 60 cidades, e o abatimento chega a 50% do preço. “Tem imóveis que estão saindo por R$ 100 mil”, comenta Lucas Vargas, vice­presidente da empresa.

 

Com foco maior em estandes físicos e descontos de R$ 15 mil, em média, a construtora MRV também engrossa o grupo dos “Black feirões”. As promoções são oferecidas em estruturas montadas em shoppings, estacionamentos de supermercados e plantões de vendas, que atendem até o próximo dia 22 em algumas cidades (veja na tabela abaixo). A maratona de descontos, porém, vai até o próximo dia 30 no . A maioria dos imóveis pode ser financiada pelo programa Minha Casa Minha Vida.

                DATA                                 LOCAL

Feira de Santana (BA)        13 a 22/11              Loja da Getúlio Vargas

Salvador (BA)                   13 a 20/11              Loja do Salvador Norte Shopping

Uberaba (MG)                   20 a 22/11              Praça Shopping

Cuiabá (MT)                      19 a 21/11              Várzea Grande Shopping

Americana (SP)                 13 a 22/11              Tivoli Shopping

Araras (SP)                      13 a 22/11              Av. Augusta Viola da Costa, S/N – Bairro Costa Verde

Cajamar (SP)                   13 a 22/11              Av. Tenente Marques, 4965

Guarulhos (SP)                  13 a 22/11              Loja JK: Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, altura do 4000, em frente ao terminal Pimentas; Loja Salgado Filho: Av. Salgado Filho, 1048

Piracicaba (SP)                  13 a 22/11              Av. Rio das Pedras, 2201 – Piracicamirim

  1. José do Rio Preto (SP)    21 e 22/11              Riopreto Shopping

Santo André (SP)              13 a 22/11              Rua Teixeira de Freitas, 30

Sorocaba (SP)                  13 a 22/11              Loja Campolim: Av. João Wagner Wey, 1565; Loja Ipanema: Av. Ipanema, 2920

Vila Nova Conceição e Itaim concentram quadras mais caras de São Paulo

Fonte: Folha, 18 nov. 2012

 

Um levantamento feito pelo portal Properati, de venda e aluguel de imóveis, detectou as 20 quadras mais caras de São Paulo.

 

Os quarteirões com preços mais elevados estão próximos da avenida Faria Lima e do parque Ibirapuera.

 

O bairro Vila Nova Conceição, no distrito de Moema, é o que tem mais quadras caras (14), seguido pelo Itaim Bibi, que tem cinco quarteirões entre os mais caros da capital.

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Em destaque, as quadras com o metro quadrado mais caro de São Paulo, segundo levantamento do portal Properati

 

Também é na Vila Conceição o primeiro lugar do ranking. Um metro quadrado entre as ruas coronel Artur de Paula Ferreira, Monte Aprazível, Gararu e professor Martins Santana sai em média por R$ 14.795 –valor bem mais alto do que a média da cidade, que em 2014 era de R$ 9.191, segundo a consultoria Geoimovel.

 

A região dos Jardins aparece em destaque no mapa, mas não se encontra no top 20 dos quarteirões mais caros da cidade, de acordo com o levantamento.

A pesquisa do Properati foi baseada em 200 mil imóveis da capital cadastrados no site.

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Cores mais quentes representam metros quadrados mais caros. As quadras do top 20 aparecem destacadas em verde

 

Confira abaixo a lista completa das 20 quadras mais caras de São Paulo, seguidas do valor médio do metro quadrado.

 

1º – Ruas Cel. Artur de Paula Ferreira, Monte Aprazível, Gararu e Prof. Martins Santana – Vila Nova Conceição (R$14.795)

2º – Avenidas Horácio Láfer e Henrique Chamma e ruas Jusseape, Leopoldo Couto Magalhães Jr. e Prof. Geraldo Ataliba – Itaim Bibi (R$14.791)

3º – Avenidas Juscelino Kubitschek e ruas Leopoldo Couto Magalhães Júnior, Prof. Geraldo Ataliba, Minas da Prata, Miriti e Fernandes de Abreu – Itaim Bibi (R$14.786)

4º – Ruas Marcos Lopes, Monte Aprazível, Valois de Castro, Cel. Artur de Paula Ferreira – Vila Nova Conceição (R$14.747)

5º – Avenidas Quarto Centenário e República do Líbado e Rua Afonso Braz – Vila Nova Conceição (R$14.726)

6º – Avenidas Rep. do Líbano e Quarto Centenário e ruas Diogo Jácome e Vasco Crevatin – Vila Nova Conceição (R$14.697)

7º – Av. Rep. do Líbano e ruas Escobar Ortiz e Prof. Filadelfo Azevedo – Vila Nova Conceição (R$14.638)

8º – Av. Quarto Centenário com rua São Giusto – Parque Ibirapuera (R$14.577)

9º – Av. Horácio Lafer e ruas Napoleão Michel, Brig. Haroldo Veloso e Salvador Cardoso – Itaim Bibi (R$14.561)

10º – Ruas João Lourenço, Diogo Jácome, Domingos Fernandes e Escobar Ortiz – Vila Nova Conceição (R$14.552)

11º – Ruas Afonso Braz, Gararu, Barra do Peixe e Cel. Artur de Paula Ferreira – Vila Nova Conceição (R$14.542)

12º – Av. Horácio Lafer e ruas Jusseape, Lopes Neto e Leopoldo Couto Magalhães Junior – Itaim Bibi (R$14.529)

13º – Ruas Diogo Jácome, Escobar Ortiz, Baltazar da Veiga e Afonso Braz – Vila Nova Conceição (R$14.504)

14º – Ruas Diogo Jácome, Brás Cardoso, Escobar Ortiz e Baltazar da Veiga – Vila Nova Conceição (R$14.481)

15º – Ruas Lourenço de Almeida, Baltazar da Veiga, Escobar Ortiz e Afonso Braz – Vila Nova Conceição (R$14.481)

16º – Ruas Inajobara, Euclídes Parente Ramos, Afonso Braz e Mainá – Vila Nova Conceição (R$14.453)

17º – Av. Rep. do Líbano e ruas Escobar Ortiz, Prof. Filadelfo Azevedo e João Lourenço – Vila Nova Conceição (R$14.391)

18º – Ruas Diogo Jácome, Domingo Fernandes, Brás Cardoso e Escobar Ortiz – Vila Nova Conceição (R$14.349)

19º – Avenidas Brig. Faria Lima e Juscelino Kubitscheke ruas Leopoldo Couto Magalhães Jr., Garimpeiros, Fernandes de Abreu e Miriti – Itaim Bibi (R$14.339)

20º – Av. Hélio Pellegrino e ruas Prof. Martins Santana, Gararu e Barra do Peixe – Vila Nova Conceição (R$14.304)

 

Falta de crédito e confiança afeta mercado de imóveis

Fonte: O Estado de S. Paulo, 17 nov. 2015

 

A conjuntura econômica é muito desfavorável ao mercado de imóveis. Não bastasse a recessão que afeta o ânimo dos compradores potenciais, muitas instituições financeiras já não têm recursos provenientes das cadernetas de poupança para oferecer empréstimos para a compra da casa própria. Em alguns casos, os bancos precisam se valer de instrumentos de captação de custo mais elevado, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), o que resulta em prestações mais altas, afugentando os mutuários finais. Essa situação está afetando quase todos os principais agentes de crédito.

 

A escassez de recursos – quase R$ 54 bilhões saíram das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) entre janeiro e outubro, dos quais R$ 2,8 bilhões no mês passado – é um dos fatores que explicam os dados negativos divulgados há alguns dias pelo sindicato da habitação (Secovi), sobre a Região Metropolitana de São Paulo.

 

Na capital, as vendas de imóveis novos caíram 13,3% entre agosto e setembro, para 1.392 unidades, e de 50,1% em relação a setembro do ano passado. Ainda que os dados tenham sido agravados pela sazonalidade, pois 2014 foi influenciado pela realização da Copa do Mundo, os números são muito ruins.

 

Segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, foram lançados em setembro apenas 1.057 imóveis, queda de 39,9% em relação a agosto e de 74,3% comparativamente a setembro de 2014. Na Região Metropolitana, excluída a capital, a queda das vendas entre os primeiros nove meses de 2014 e 2015 foi de 21,5% (de 11.847 unidades para 9.295). Mas os lançamentos fora da capital, com preços mais baixos, não só reagiram entre agosto e setembro, como a queda foi menor comparativamente a 2014.

 

No mercado paulistano, a maior demanda é por imóveis de dois dormitórios, típicos da classe média. É fato isolado a reação, em setembro, nos imóveis de quatro dormitórios, segmento onde a liquidez é menor.

 

O indicador mais positivo foi a diminuição do estoque de imóveis à venda, de 26.195 unidades, menor do ano – o estoque era de 28.118 unidades em maio. Mas a queda do estoque ainda é pequena e revela que o problema do excesso de oferta deverá persistir em 2016.

 

Não há soluções simples para a retomada do setor. Mesmo que os juros caiam se a inflação ceder e a situação fiscal melhorar, será preciso que os mutuários potenciais recobrem a confiança.

 

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